A guerra entre Israel e Irã ingressa nesta segunda-feira no seu quarto dia. Desde a noite de quinta, hora de Brasília, quando tiveram início as hostilidades com um ataque israelense contra alvos iranianos, bombas e mísseis atingem os dois países.
Nos ataques com mísseis balísticos contra Israel disparados pelo Irã, imagens de bolhas que se formam no céu e vistas mesmo de países vizinhos, a grande distância do conflito, têm chamado a atenção.

REPRODUÇÃO
O que as pessoas têm enxergado em Israel e em países vizinhos, mesmo em locais muito distantes como Alexandria no Egito, tem sido a interceptação de mísseis iranianos a mais de cem quilômetros de altitude, em pleno espaço. São as chamadas interceptações exoatmosféricas.
O sistema Arrow 3, chamado de Hetz 3 por Israel, foi projetado para operar em interceptações exoatmosféricas, ou seja, fora da atmosfera terrestre, atingindo ameaças durante a fase intermediária de voo no espaço, antes que elas possam descer sobre áreas povoadas.
A interceptação exoatmosférica é uma técnica de defesa antimísseis que visa neutralizar ameaças balísticas enquanto estas ainda estão fora da atmosfera terrestre, durante a fase de voo chamada de “meio de curso” (midcourse phase). Nesse estágio, os mísseis viajam a grande altitude, em órbita suborbital, antes de reentrarem na atmosfera para atingir seus alvos.
O conceito de interceptação exoatmosférica envolve o lançamento de mísseis interceptadores que atingem os alvos fora da atmosfera, a altitudes superiores a 100 quilômetros.
Em vez de utilizar explosivos, a maioria desses sistemas adota o princípio do impacto cinético, conhecido como “hit-to-kill”, que destrói a ogiva inimiga por meio da energia gerada pela colisão a altíssima velocidade.
Entre os sistemas mais conhecidos que empregam essa tecnologia estão o Ground-based Midcourse Defense (GMD) dos Estados Unidos e o interceptor SM-3 do sistema Aegis Ballistic Missile Defense.
Estes sistemas utilizam sensores de rastreamento por radar e satélite para detectar, acompanhar e discriminar ogivas reais de eventuais contramedidas como iscas (decoys).
An Israeli missile interception earlier almost certainly took place outside Earth’s atmosphere likely carried out by Israel’s Arrow 3 (Hetz 3), an exoatmospheric hypersonic anti-ballistic missile designed to neutralize long-range threats in space. The explosion characteristics… pic.twitter.com/ZZWfOIB2hC
— OSINT Aggregator (@AggregateOsint) June 14, 2025
🚨#BREAKING: Remarkable footage shows an exoatmospheric interception occurring outside the Earth’s atmosphere during Iran's missile attack
Watch as remarkable and rare footage from tonight showing what appears to be an exoatmospheric interception. This… pic.twitter.com/QQKDtzrVeD
— R A W S A L E R T S (@rawsalerts) April 14, 2024
From as far as Alexandria, Egypt, you could clearly see the exoatmospheric interception of Iranian ballistic missiles lighting up the sky. pic.twitter.com/sOSPcRviS2
— Egypt's Intel Observer (@EGYOSINT) June 14, 2025
A interceptação exoatmosférica enfrenta diversos desafios técnicos. Um dos principais é a precisão necessária para acertar um alvo pequeno e em rápida movimentação a centenas de quilômetros de distância.
Outro desafio é a distinção entre ogivas verdadeiras e alvos falsos, já que mísseis modernos costumam usar técnicas de penetração, como a liberação de múltiplos objetos para confundir os defensores.
Essa tecnologia é considerada um dos pilares da defesa estratégica moderna, principalmente contra ameaças de mísseis de longo alcance. No entanto, o alto custo e as limitações técnicas, além das implicações geopolíticas, tornam o tema objeto de intenso debate entre especialistas militares e políticos ao redor do mundo.
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