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A primeira metade de janeiro deste ano foi marcada por extremos de déficit e excesso de chuva no Brasil com acumulados muito altos na região tropical e escassez na parte meridional do país, onde os efeitos se sentem na agricultura com perda de produtividade na safra. No Centro-Oeste, no Mato Grosso, chuva em excesso prejudica a colheita.

Os volumes de chuva nas últimas duas semanas foram muito altos, em particular, no Vale do Ribeira em São Paulo, em Minas Gerais, em parte do Nordeste, em áreas do Mato Grosso e ainda em setores do Nordeste do Brasi.

Episódios de chuva excessiva afetaram o Vale do Aço, em Minas Gerais, deixando onze vítimas, e ainda pontos dos estados da Bahia e de Sergipe, com mais três vítimas fatais. No Norte e no Nordeste, áreas mais próximas da faixa equatorial experimentaram chuva extrema, como São Luís, no Maranhão, que somou 200 mm em apenas um dia.

Ao contrário, no Sul do Brasil, a chuva esteve abaixo da média na maior parte da região e com significativos déficits de precipitação em algumas áreas. Vários locais entre o Oeste e o Centro do Rio Grande do Sul ainda não registraram uma gota de chuva neste ano.

Uma condição do clima que chamou a atenção em muitas áreas do Sul e do Sudeste na primeira quinzena do mês foi a temperatura com muitos dias agradáveis e noites até de temperatura amena no auge do verão.

CPTEC

Uma massa de ar mais frio sobre o Atlântico, na costa, fez com que áreas mais perto da costa no Leste do Sul do Brasil e próximas do litoral no Sudeste do Brasil tivessem vários dias de temperatura abaixo da média. Isso incluiu Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e São Paulo.

Mais a Oeste, ao contrário, ar muito quente sobre o Norte da Argentina trouxe calor e intenso na primeira metade do mês. A temperatura se aproximo dos 42ºC na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e atingiu marcas de 37ºC a 39ºC no Oeste e no Noroeste gaúcho.

Chuva na segunda quinzena de janeiro

A segunda metade do mês vai ser marcada por novos episódios de chuva localmente forte a intensa com volumes localmente excessivos a extremos em todas as regiões do país, esperando-se que ocorram mais eventos com inundações e deslizamentos de terra.

Destacamos que a chuva nesta época do ano se dá com a atmosfera aquecida sob ar tropical, assim que é provável que a chuva localmente possa ser forte e com temporais de raios, granizo e vento, em especial da tarde para a noite, tal como ocorre nos meses de verão.

O Norte do Brasil terá chuva volumosa em muitas áreas por conta do denominado inverno amazônico, que é o período do ano em que mais chove. Estados como o Pará, Amazonas e Rondônia terão precipitações abundantes. No Nordeste, a chuva aumenta muito mais ao Norte da região, afetando áreas do Ceará e do Norte do Maranhão e do Piauí.

No Centro-Oeste, a chuva segue acima da média em muitas áreas do Mato Grosso e de Goiás enquanto no Mato Grosso do Sul se projeta aumento da precipitação. A chuva aumenta nesta segunda metade do mês também em São Paulo, mas diminui em áreas de Minas Gerais que sofreram com inundações. Chove mais no Oeste e no Sul de Minas.

METSUL

Como se observa no mapa acima com a projeção de chuva para 15 dias do modelo ensemble europeu, a chuva aumenta no Sul do Brasil em relação à primeira metade do mês, beneficiando a agricultura. Os maiores acumulados de precipitação devem se dar em Santa Catarina e no Paraná.

Já no Rio Grande do Sul, a chuva também aumenta, mas será muito irregular. Uma vez que a instabilidade será convectiva, associada ao calor, haverá pontos do território gaúcho com precipitação abaixo e acima da média, conforme a localidade. Os volumes devem variar muito até dentro da mesma cidade.

E a temperatura?

A tendência para esta segunda metade de janeiro é de temperatura acima da média na maior parte do Brasil. Os mapas abaixo mostram a projeção de anomalia de temperatura do modelo europeu para duas semanas na América do Sul.

ECMWF

ECMWF

Assim como se vê no mapa, grande parte do território nacional deve ter temperaturas acima dos padrões históricos. Áreas do Norte e Nordeste, por efeito da chuva acima da média, podem anotar temperaturas abaixo da climatologia histórica.

Onde mais se espera calor forte a intenso será no Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul com vários dias de temperatura bastante elevada, o que vai aumentar o risco de que se registrem temporais isolados de verão, alguns fortes a intenso com chuva e rajadas de vento forte.

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