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A frente fria que começou a ingressar no Rio Grande do Sul com chuva em algumas regiões avança na dianteira de uma massa de ar frio que ao passar pela Patagônia trouxe neve em diversas localidades entre quinta-feira e hoje. A neve caiu forte e acumulou alguns centímetros na turística cidade de Bariloche, proporcionando belos cartões postais de inverno.

Mais a Oeste, o temporal de neve que atingiu a Cordilheira dos Andes fechou as passagens rodoviárias entre Argentina e Chile principalmente na região de Mendoza por dias seguidos, o que deixou mais de 1.500 caminhões parados à espera de cruzar a fronteira.

Depois da retirada do gelo e da neve que acumulou meio metro em alguns pontos, a passagem Cristo Redentor foi finalmente liberada nesta sexta. O primeiro veículo cruzou a fronteira no início da tarde da sexta, mas ainda havia alerta ainda de gelo na pista para os condutores.

Grande parte da Patagônia amanheceu nesta sexta com temperatura abaixo de zero enquanto a frente fria despejava altos volumes de chuva no Centro da Argentina com alagamentos e inundações em Buenos Aires e Santa Fé. A temperatura desceu a 4,9ºC abaixo de zero em Rio Gallegos e à tarde ainda nevava em Bariloche com 1ºC.

A massa de ar frio do Sul do continente chega ainda forte à região do Prata com previsão de muito frio neste fim de semana tanto em Buenos Aires como em Montevidéu, mas deve enfraquecer bastante ao alcançar o Sul do Brasil.

Por isso, a temperatura vai cair bastante em relação ao que se registrou nos últimos dias, com um veranico que trouxe máximas acima de 30ºC em Porto Alegre e no interior, mas esta incursão de ar frio está longe de ser forte e vai decepcionar muita gente que, induzida por noticiários na imprensa, foi levada a acreditar que o mês terminará com muito frio.

Não vai! Esfriará, mas nada de mais. Até timidamente para os padrões do fim de maio, quando as médias de temperatura já são próximas de junho, um dos dois meses mais frios do calendário no Rio Grande do Sul juntamente com julho. Na esmagadora maioria das cidades gaúchas, as mínimas não devem cair muito e não baterão as registradas na segunda semana deste mês.

A influência maior do ar frio será maior, sim, no Sul gaúcho, na Campanha e na fronteira com o Uruguai, onde as madrugadas devem ter as menores mínimas, mas por pouco tempo. A madrugada mais fria deve ser a da segunda-feira, que pode ter geada e marcas de até 1ºC a 3ºC em pontos da região, mas logo nos dias seguintes as mínimas se elevam com marcas acima de 10ºC na maioria dos municípios.

Na região de Porto Alegre, a influência do ar frio será extremamente modesta. Como haverá nuvens, a atmosfera não estará muito seca e o ar frio tende a enfraquecer, as mínimas durante a próxima semana devem ficar em torno de 15ºC a 16ºC na área do Jardim Botânico na maioria do dias e até 13ºC ou 14ºC em algumas madrugadas no Sul da cidade.

Portanto, quase não se espera mudança quanto ao que se registrou nos últimos dias nas mínimas da capital, mesmo com veranico. A diferença grande vai estar nas máximas, bem menores do que vem se anotando, mas com tardes agradáveis em que as máximas vão passar dos 20ºC e até acima do que é normal para esta época.

Se em Porto Alegre, quase não haverá efeito nas mínimas, o mesmo pode se esperar nas partes mais altas do Nordeste gaúcho, na Serra e Aparados, a região mais fria do Rio Grande do Sul. O domingo será frio pela chuva e a temperatura baixa à tarde na região, entre 11ºC e 12ºC em muitas cidades, mas na semana que vem as madrugadas não serão muito frias para esta época do ano, as tardes serão agradáveis e pode até voltar a chover por uma área de baixa pressão ao Norte. (Com foto de capa de Bariloche.org).