Os ventos de Santa Ana são fenômenos meteorológicos sazonais que ocorrem no sul da Califórnia e no norte de Baja California, México. Eles se caracterizam por fortes correntes de ar quente e seco que sopram do interior continental em direção à costa do Pacífico.
Esses ventos geralmente acontecem durante o outono e inverno, quando sistemas de alta pressão se formam no interior do continente. A diferença de pressão entre o deserto e a costa impulsiona o vento, que se intensifica ao passar pelas montanhas e cânions, tornando-se mais quente e veloz.
A principal característica dos ventos de Santa Ana é sua capacidade de atingir velocidades extremamente altas, frequentemente superando 100 km/h. Além disso, eles carregam ar seco, reduzindo a umidade relativa a níveis críticos.
Tais condições criam um ambiente perfeito para a propagação de incêndios florestais, tornando os ventos uma preocupação constante para autoridades e moradores.
Historicamente, muitos dos incêndios mais devastadores da Califórnia ocorreram durante episódios de Santa Ana, devido à combinação de ventos intensos e vegetação seca.
Os ventos de Santa Ana são comuns no sul da Califórnia durante os meses mais frios. Aqui está uma visão sobre esses ventos frequentemente intensos que derrubam linhas de energia e árvores e podem transformar uma faísca em um incêndio devastador:
Quais as características do vento de Santana Ana? Os ventos de Santa Ana são ventos secos, quentes e fortes que sopram do interior do sul da Califórnia em direção à costa e ao mar, movendo-se na direção oposta ao fluxo normal vindo do oceano, que traz ar úmido do Pacífico para a região.
Como eles se formam? Os ventos de Santa Ana se formam devido a uma alta pressão sobre o vasto deserto do Oeste que abrange vários estados. O ar que desce perde sua umidade e flui em direção ao sul da Califórnia, onde precisa atravessar altas cadeias montanhosas que separam o deserto das áreas metropolitanas ao longo da costa. Como um rio lento que de repente se estreita e vira corredeira, o ar acelera ao passar por desfiladeiros e vales, tornando-se ainda mais seco e quente à medida que desce por um processo chamado de aquecimento adiabático.
Por que o vento aumenta o risco de incêndios florestais? Os níveis de umidade frequentemente caem para porcentagens de um dígito durante um vento de Santa Ana. A extrema falta de umidade no ar faz com que a vegetação — viva e morta — seque significativamente, tornando-se suscetível ao fogo. As altas velocidades do vento podem transformar qualquer faísca — como a de uma linha de energia caída, por exemplo — em fonte de ignição e rápida propagação. Os ventos de Santa Ana estão associados a alguns dos piores incêndios florestais já enfrentados pelo sul da Califórnia.
Como eles receberam esse nome? Uma explicação amplamente aceita é que o nome está ligado ao Cânion de Santa Ana, no Condado de Orange. No entanto, existem outras teorias, assim como apelidos alternativos, como “ventos do diabo”.
Os ventos afetam as pessoas? A extrema falta de umidade resseca lábios, narizes, gargantas e pele. Na história curta “Red Wind”, Raymond Chandler capturou o efeito emocional: “Naquela noite soprava um vento do deserto. Era um daqueles ventos quentes e secos de Santa Ana que descem pelos desfiladeiros das montanhas, enrolam seus cabelos, fazem seus nervos saltarem e sua pele coçar.”
Existe um vento semelhante na América do Sul? Sim, o mais famoso é conhecido como Zonda e sopra na Argentina junto à Cordilheira dos Andes. Quando há instabilidade no lado chileno, o vento desce a cordilheira no lado argentino seco e quente, com rajadas às vezes acima de 100 km/h e umidade do ar que pode descer a 1%. Isso causa quedas de árvores, danos e também incêndios, especialmente na região de Mendoza.
E no Brasil? Embora sem nome, como na Califórnia e na Argentina, vento seco e quente associado ao relevo também ocorre no Brasil, mas com efeitos menos intensos e sem estar associado a incêndios pelo nosso clima mais úmido que não deixa a vegetação seca. É o vento do quadrante Norte que costuma ser muito forte, com baixa umidade e alta temperatura que sopra com correntes de jato de baixos níveis, em regra antes de uma frente fria. No Rio Grande do Sul, é famoso em Santa Maria e nos vales. Sopras às vezes no litoral junto à Serra do Mar entre o Litoral Norte do Rio Grande do Sul e a costa do Rio de Janeiro.
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