Um ano após a catástrofe de Brumadinho, os mineiros enfrentam nova tragédia, desta vez da chuva. Só a chuva ocorrida entre quinta e sexta-feira da semana passada deixou mais de 60 mortos e desaparecidos em Minas Gerais, a maior parte em Belo Horizonte e sua área metropolitana

O que causou tanta chuva?

Uma área de baixa pressão que se formou na costa do Sudeste e que depois daria origem à tempestade subtropical Kurumí organizou o canal de umidade da Amazônia pra região, afetando principalmente Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Formou-se, então, a ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Por isso, o Norte do Rio e o território capixaba também sofrem com deslizamentos e inundações. Com excesso de umidade, a chuva foi extrema.

O volume na estação do Instituto Nacional de Meteorologia em Belo Horizonte entre 9h de quinta e 9h de sexta somou 171,8 mm, o maior em 24 horas desde o início das medições há 110 anos. Foi batido o recorde de 24h de 164,2 mm de 14 de fevereiro de 1978. Se não bastasse, entre as 9h de sexta e 9h de sábado choveu mais 140,7 mm, grande parte em temporal no começo da noite da sexta. Entre 9h de sábado e 9h de ontem choveu só 2,2 mm.

[foogallery id=”123571″]

 

O total parcial de janeiro é de 809,7 mm. É possível, assim que este janeiro seja o mais chuvoso em 110 anos na capital mineira, uma vez que o recorde é de 850,3 mm de 1985 e a segunda maior marca de 781,6 mm, de 2003, já foi superada.

Dados analisados pela MetSul indicam que nos próximos 30 a 45 dias os estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo  e o Sul da Bahia devem ter chuva acima a muito acima da média, o que deve trazer mais inundações e deslizamentos.