Ele não ganhou a corrida, claro, mas foi o grande vencedor do Grande Prêmio Brasil. O alemão Sebastian Vettel conquistou o tricampeonato mundial da Fórmula 1. O grande derrotado em Interlagos, contudo, não estava na pista. Foi o serviço de Meteorologia contratado da FIA e que fornece previsões e monitoramento em tempo real para as escuderias. Apesar do tempo instável e o radar mostrando chuva se aproximando da capital paulista, antes do Grande Prêmio Brasil a Ferrari publicou em seu Twitter a seguinte mensagem: Não se espera chuva durante a corrida. Depois de uma semana de previsão unânimes de domingo com chuva, teremos uma corrida seca”.

Quem viu a emocionante prova constatou chuva, mesmo que fraca, durante as 71 voltas da disputa em Interlagos. Mas os erros não pararam por aí. Na volta 50, nas telas usadas pelas escuderias, a informação era de que não haveria mais chuva depois das 15h15m, quando o céu ao redor do autódromo mostrava-se mais carregado e sinalizava iminente e evidente precipitação, até porque a região estava coberta por nuvens predominantemente baixas, capazes de provocar chuva às vezes não totalmente detectável ao redor do radar.


Tanto que apenas oito voltas depois, a informação anterior já não era mais válida. Agora, a orientação era que chuva recém havia se formado – e já chovia – e que a precipitação duraria mais 20 minutos na forma de gotas ou chuva fraca.


Até 2004 e 2005, as equipes usavam distintas fontes meteorológicas. Cada uma se valia do seu próprio serviço, o que custava a elas milhões. No mesmo período, seis equipes se juntaram para utilizar um serviço próprio, o que levou a FIA a ter serviço padronizado e para todas as equipes a partir do ano de 2007. Hoje, as informações meteorológicas são fornecidas por agência de Meteorologia de um governo europeu. E, no caso de Interlagos ontem, se mostraram menos eficientes que as previsões brasileiras. Nem tudo que vem lá de fora é melhor, apesar do senso comum ditar isso.