Análises publicadas pela MetSul Meteorologia tanto na quinta como na sexta-feira informavam que estava tendo início um episódio de instabilidade de quatro a cinco dias no Rio Grande do Sul e que durante este período parte do Estado sofreria com altos volumes de chuva. Estimamos acumulados de 100 mm a 200 mm com volumes localizados até de 200 mm a 300 mm para o período de cinco dias entre o início da última sexta (8/3) e o final desta terça-feira (12/3). Onde se disse que iria chover mais ? Do Centro para o Oeste e o Norte do Rio Grande do Sul ? E onde choveu mais no Estado ? Justamente do Centro para o Oeste e o Norte do território gaúcho. E os acumulados, como se imaginava, foram elevados em diversos municípios, como mostra levantamento da MetSul a partir de dados de estações meteorológicas do Inmet, cooperativas e pessoais de particulares. Em cidades do Noroeste do Estado e das Missões, a chuva variou de 100 mm a 150 mm em vários pontos.

Este foi só o “primeiro tempo” do episódio de instabilidade, que teve a chuva mais forte entre sexta e sábado. O segundo se dará agora e terá o seu ápice amanhã, terça-feira, com chuva forte a intensa em vários municípios com elevados volumes em curtos períodos. E agora, onde vai chover mais forte ? Pontos do Oeste e, principalmente a Metade Norte. O Noroeste mais uma vez parece fadado a ter precipitação muito expressiva. Por isso, nossa ideia da sexta-feira que alguns municípios do Estado teriam chuva de 200 mm a 300 mm em apenas cinco dias está mantida, considerando o que já choveu em alguns municípios e o que se espera ainda choverá. Veja os mapas com as projeções de chuva do modelo Europeu até a quarta.


A instabilidade começa a aumentar na segunda metade do dia de hoje, mas se intensifica muito amanhã sobre a Metade Norte do Rio Grande do Sul, onde em algumas cidades a chuva pode atingir ou superar a marca de 100 mm em poucas horas com possibilidade de transtornos como alagamentos. Na Metade Sul, os volumes devem ser muito inferiores. A chuva entre amanhã e quarta deve ser volumosa também em partes de Santa Catarina e do Paraná. A maior preocupação é com chuva localmente excessiva, mas não se pode afastar o risco de temporais isolados de vento e granizo nestas áreas. Sobre vento, o modelo GFS americano não indica vento forte, mas o Europeu aponta a possibilidade de rajadas fortes amanhã no final do dia no Leste do Rio Grande do Sul, incluindo a área de entorno da Lagoa dos Patos devido à atuação de uma área de baixa pressão e ao ingresso de ar mais frio. O GFS, ao contrário, aponta dia bastante ventoso com rajadas fortes para o Leste catarinense durante a quarta-feira. Este sistema de baixa impulsiona ar frio para o Estado que ingressa entre amanhã e quarta-feira. A temperatura cairá em todo o Estado, porém as mínimas mais baixas devem se concentrar mesmo junto à fronteira com o Uruguai e o Sul do Estado nas madrugadas de quarta e quinta, uma vez que nas partes altas do Nordeste gaúcho ainda subsistirá umidade.