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O tempo no início da semana foi extremamente incomum na Islândia, com uma forte nevasca atingindo o sudoeste do país e provocando sérios transtornos no tráfego. Em Reykjavik, a profundidade da neve medida na estação meteorológica da Veðurstofa atingiu 27 centímetros às 9h de ontem e chegou a 40 centímetros na manhã desta quarta-feira.

JEREMIE RICHARD/AFP/METSUL

Ambos os valores representam recordes históricos de neve em outubro desde o início das medições em 1921, marcando um episódio excepcionalmente raro para esta época do ano.

O fenômeno resultou da formação de uma frente entre massas de ar frio e quente, uma configuração conhecida, que pode gerar precipitação intensa, às vezes acompanhada de vento fraco. Pequenas mudanças na posição dessas frentes — de apenas 50 quilômetros — podem alterar completamente o local e a intensidade da neve, sobretudo quando o evento ocorre em áreas densamente povoadas, como a capital islandesa, em pleno outono.

Nos dias anteriores, as previsões meteorológicas indicavam grande incerteza quanto à localização, intensidade e duração da precipitação. Até a tarde de segunda-feira, os modelos sugeriam que o pico de neve ocorreria apenas na terça à tarde e à noite, mas a confirmação veio quando observações em solo, dados de satélite e imagens de radar mostraram o avanço real do sistema sobre o sudoeste do país.

Diante da situação, foram emitidos alertas amarelos para as regiões de Faxaflói, Sul da Islândia e área metropolitana de Reykjavik, mencionando risco de neve ou chuva congelada, baixa visibilidade e condições ruins nas estradas, especialmente nos trechos de Hellisheiði e Þrengslum.

As autoridades alertaram para a possibilidade de interrupções no tráfego e dificuldades de deslocamento. Os alertas foram atualizados em tempo real, à medida que as observações indicavam que o sistema frontal avançava mais rápido do que o previsto, o que levou à antecipação do horário de aviso.

Durante parte do evento, chegou a ser emitido um alerta laranja para o sudoeste da Islândia, que posteriormente foi rebaixado novamente a amarelo quando se confirmou que a frente que provocava a nevasca mais intensa havia se deslocado rapidamente para o leste.

O sistema continuou ativo ao longo da costa sul e sudeste, provocando mais neve e deixando trechos de estrada com tráfego extremamente difícil. Imagens de satélite e radar mostravam uma faixa de neve intensa sobre a península de Reykjanes e a região da capital, estendendo-se em direção a Holtavörðuheiði.

Os meteorologistas acompanharam de perto a evolução do sistema com o auxílio de radares, satélites e observações em tempo real, numa abordagem conhecida como nowcasting, que permite ajustar previsões e alertas rapidamente quando as condições mudam. Essa estratégia foi essencial para refinar as informações durante o evento, já que a precipitação variava significativamente de um ponto a outro.

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