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Os últimos 30 dias foram marcados por condições de temperatura do mar muito perto da média histórica no Pacífico Equatorial e, de forma espantosa, de Oeste a Leste, da Ásia até a América do Sul. Os cientistas monitoram quatro áreas do Pacífico Equatorial e que denominam de regiões Niño (1+2, 3, 3.4 e 4). Normalmente, ao menos uma delas anota anomalia de temperatura da superfície do mar acima ou abaixo da média, entretanto, em dias recentes, as quatro apresentavam anomalias muito ao redor da média, entre -0,3ºC e +0,3ºC. Isso somente ocorreu em 4% do tempo desde o início dos registros em 1950 e a última vez foi em dezembro de 2013. Logo, fazia quatro anos que as condições do mar no Pacífico Equatorial não estavam tão próximas da normalidade.

 

Mapa de anomalias da temperatura da superfície do mar no mês de julho no Pacífico Equatorial e as quatro regiões Niño

Esses valores significam o estado de neutralidade, ou seja, a ausência de fenômenos de grande escala que influenciam as condições climáticas mundialmente como El Niño e La Niña. Neutralidade, entretanto, não significa normalidade no clima nem tampouco determina que temperatura e chuva se comportem exatamente dentro dos padrões históricos. Apenas não há fatores como El Niño ou La Niña a influenciar e podem atuar outras variáveis a impactar precipitação e temperatura. Quando há El Niño ou La Niña, as previsões climáticas de longo prazo são mais facilitadas. Por isso, para a Meteorologia, a previsão de meses adiante é mais fácil com um dos fenômenos. Sob neutralidade, como agora, as previsões de longo prazo são muito mais complicadas e os fatores que costumam intervir são quase todos de previsibilidade apenas em curto prazo, de dias ou poucas semanas.