O verão que começou ontem às 12h59 e vai até 20 de março de 2022 tem mais um risco, além da estiagem, e que é consequência justamente do clima mais seco esperado durante a nova estação em diversas regiões do Rio Grande do Sul.

O risco de fogo em vegetação no verão gaúcho em 2022 será maior do que os historicamente observados. O número de focos de calor (queimadas e incêndios) deverão se situar acima da média histórica que tem início em 1998. Os verões com maior incidência de fogo no Rio Grande do Sul são justamente os mais secos e de calor mais intenso.

No domingo, um incêndio destruiu quatro hectares de uma lavoura de soja no município de Ibirapuitã, no Norte gaúcho. O tempo seco e quente colaborou para o rápido alastramento das chamas na propriedade.

Rádio Cristal/Divulgação

O pior janeiro em queimadas da série histórica no Estado se deu em 2002 com 263 focos observados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, quando a média mensal é de 72. Janeiro em 2002 foi marcado por dias de excessivo calor. Já o fevereiro com mais fogo ocorreu em 2004, ano que muitos agricultores recordam pela forte estiagem. Foram 103 focos, quando a média histórica é de 45.

Por sua vez, o março com maior número de focos de calor observados ocorreu em 2020, ano em que o mês teve chuva abaixo da média em grande parte do Rio Grande do Sul após um fevereiro que já tinha sido muito seco. Foram 227 focos de calor registrados por satélite, quando a média histórica é 78.

Todas as regiões gaúchas têm risco de fogo maior nesta estação, entretanto as áreas que mais preocupam são o Oeste e o Sul gaúcho que devem ter menos chuva e temperatura muito alta em vários momentos deste verão com algumas ondas de calor de forte intensidade.

Entre pontos críticos para fogo durante verões com longos períodos secos e quentes, como se prevê, estão as florestas de pinus do Centro, Sul e o Leste gaúcho, sujeitas a grandes incêndios. Os morros de Porto Alegre, da mesma forma, costumam ser áreas vulneráveis a queimadas em momentos de tempo muito seco e calor excessivo durante a estação, notadamente nos meses de fevereiro e março.