Imagem do começo da manhã desta quinta-feira (10) do satélite meteorológico GOES-16 da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, mostra uma grande quantidade de fumaça resultantes das queimadas cobrindo a região amazônica e o Pantanal. A estimativa do pesquisador Santiago Gassó da NASA era que a fumaça cobria 5,9 milhões de quilômetros quadrados da América do Sul na manhã desta quinta.

Na imagem se observa ainda um “corredor de fumaça” que acompanha correntes de vento de Norte para Sul que traz a fumaça para o Paraguai, o Norte da Argentina e o Oeste e o Noroeste do Rio Grande do Sul.

As imagens mostram o que os números preliminares de setembro demonstram. Segundo dados do monitoramento por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, um órgão do governo federal, o número de queimadas está muito alto na região. No estado do Amazonas, apenas nos primeiro dias de setembro, os satélites identificaram 2.160 focos de calor. A média histórica mensal de setembro é de 2.698. Significa ser bastante provável que ainda nesta primeira metade do mês seja superada a média histórica mensal de fogo no Amazonas.

No Pará, os focos até o dia 9 somaram 4.164. O número é quase o de setembro inteiro do ano passado que teve 4.618 focos e de 2018 com 4.892, e já supera os 3.878 focos de setembro inteiro de 2.016. Como a média de setembro é de 9.262 e nos primeiros dez dias do mês já foi alcançada quase a metade, é provável que o Pará encerre este setembro com focos de calor acima da média.

No Mato Grosso, apenas nos primeiros 9 dias do mês foram 7.370 focos de calor registrados pelo Inpe. Número já é metade da média histórica mensal de 14.022, ou seja, as queimadas estão em número superior à taxa média do período.

O que as imagens de satélite mostram se verifica nas projeções dos modelos numéricos de dispersão de aerossóis. O CAMS do sistema Copernicus da União Européia mostra um denso corredor de fumaça avançando da Amazônia e do Pantanal até o Rio Grande do Sul, o que deve fazer com que a coloração do céu seja alterada principalmente em cidades da Metade Norte gaúcha e especialmente amanhã (11).