Marina Silva será ministra do ambiente e das mudanças climáticas e anunciou que as alterações do clima estão no topo de sua agenda para a pasta | JUAN BARRETO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A futura ministra do Meio Ambiente, cuja indicação para o cargo foi anunciada hoje, anunciou em entrevista para a Globonews que a sua pasta passará a ser nomeada como Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas. A futura ministra, entretanto, não confirmou ainda quem ocupará a função de autoridade climática na equipe do seu ministério.

Marina Silva vem trabalhando na questão do clima ao longo de toda a transição. Ela esteve em novembro na conferência mundial das mudanças climáticas da ONU (COP27), no Egito. A ex-senadora elencou no evento alguns pontos da agenda ambiental do futuro governo.

No encontro, Marina se reuniu com o enviado americano para o clima, John Kerry, em Sharm el Sheikh, onde foi realizada a cúpula anual da ONU contra as mudanças climáticas. “O Brasil é interlocutor importante para o governo Biden e devemos buscar ampliar essa cooperação”, declarou Marina a jornalistas.

No campo climático, acrescentou, “obviamente estamos interessados em cooperação de natureza técnica-científica” e em ampliar os recursos financeiros internacionais para a preservação da floresta amazônica, acrescentou.

O desmatamento da Amazônia, um dos maiores sumidouros de CO2 do planeta, foi um dos grandes temas de interesse internacional durante as eleições presidenciais, em outubro. No período 2020-2021, o desmatamento na maior floresta tropical do planeta bateu um recorde em 15 anos, segundo dados oficiais.

Este desmatamento é a causa de 46% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, segundo a ONG Observatório do Clima. Marina Silva pregou “uma iniciativa global que ajude a proteger as florestas” e destacou que existe “um compromisso claro” do futuro governo “não só no caso do Brasil, mas também em relação à África e aos países da Ásia”.

Uma das prioridades da futura ministra será o desbloqueio dos recursos do Fundo Amazônia. Segundo ela, “o governo americano se mostrou disposto a aprofundar a cooperação” com o Brasil, que abriga 60% da floresta amazônica. Disse ter convidado os Estados Unidos a contribuírem com o Fundo Amazônia, financiado principalmente por Noruega e Alemanha. Os repasses foram suspensos em 2019. “Os investimentos vêm”, insistiu Marina Silva.