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Belo Horizonte teve um dia tórrido nesta segunda-feira | RODRIGO CLEMENTE/PBH

O estado de Minas Gerais enfrenta calor excepcional e que vai aumentar ainda mais, antecipa a MetSul Meteorologia. Nesta segunda, a temperatura subiu em relação ao fim de semana, quando já foram observadas marcas na casa de 40ºC, e atingiu máximas de até 43ºC.

De acordo com dados de estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia, as máximas nesta segunda-feira em Minas Gerais foram de 43,0ºC em São Romão, 41,6ºC em Nova Porteirinha, 41,1ºC em Montalvânia e Salinas, 41,0ºC em Januária, 40,9ºC em Araçuai, 40,8ºC em Moçambinho e Ituiutaba, 40,7ºC em Pirapora, 40,6ºC em Coinceção das Alagoas e Campina Verde, 40,5ºC em Montes Claros e Coronel Pacheco, e 40,3ºC em Itaobim.

Na capital Belo Horizonte, as máximas foram de 38,6ºC na Pampulha (recorde absoluto da estação) e 35,6ºC no Cercadinho. A MetSul Meteorologia alerta que o calor deve aumentar ainda mais no estado de Minas Gerais nesta terça e na quarta-feira com máximas perto ou acima de 40ºC na maioria dos 853 municípios. Os valores podem ser extraordinários em algumas localidades com marcas de 43ºC a 45ºC.

A previsão da MetSul indica máximas para a cidade de Belo Horizonte entre 37ºC e 39ºC nesta terça-feira e entre 38ºC e 40ºC na quarta, portanto em faixas em que não se pode afastar a quebra do recorde absoluto de máxima da capital mineira na estação de Santo Agostinho, a de referência climatológica.

Por que tanto calor? Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) se instalou entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil e agora se expande para o Sudeste e parte do Nordeste à medida que se alteram as correntes de vento com um centro de baixa pressão que vai avançar do Norte da Argentina e o Paraguai para o Sul do Brasil com a organização de um cicloner e uma frente fria na quarta.

Os domos ou cúpulas de calor ocorrem com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.