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Os últimos boletins semanal e mensal de atualização do estado do Pacífico pela agência nacional de clima dos Estados Unidos (NOAA) mantiveram o indicativo de que episódio de La Niña segue atuando na faixa equatorial do maior oceano do planeta.

Mapa de anomalia de temperatura da superfície do mar do Pacífico Equatorial Centro-Leste mostra que hoje mais águas com temperatura acima da média do que abaixo | NASA

A análise da MetSul Meteorologia, entretanto, vai no sentido contrário da informada pelo órgão oficial de Meteorologia norte-americano. Hoje, não conseguimos enxergar como se possa afirmar que condições de La Niña estão presentes no Pacífico Equatorial.

Aliás, o nosso sentimento é que mais cedo do que tarde a NOAA deve alterar o seu status do Oceano Pacífico de La Niña para neutralidade, considerando os dados de anomalia de temperatura da superfície do mar e as condições de vento e chuva na região.

De acordo com o último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste (região Niño 3.4), era de -0,3ºC.

O valor informado pela NOAA está na faixa de neutralidade (-0,5ºC a +0,5ºC). Esta é a segunda semana seguida que o boletim da agência norte-americana reporta anomalia da temperatura da superfície do mar em patamar de neutralidade.

Com base nos dados diários por satélites, estamos convictos que o boletim que vai ser divulgado na segunda-feira de Carnaval trará dados mostrando pela terceira semana consecutiva o Pacífico Centro-Leste com anomalias em patamar de neutralidade.

O episódio do fenômeno La Niña teve início oficialmente em dezembro, e favoreceu a estiagem que deixa mais de um terço dos quase 500 municípios do Rio Grande do Sul em emergência pelas perdas na agricultura.

Em meados de fevereiro, contudo, as águas do Oceano Pacífico Equatorial começaram a apresentar aquecimento, o que fez com que as anomalias de temperatura da superfície do mar passassem a ter valores em patamar de neutralidade.

Além disso, na chamada região Niño 1+2, que mede a temperatura do mar na costa do Peru e do Equador, mas não é usada para designar se há Niña ou Niño, houve acentuado aquecimento.

Com o aquecimento das águas do Pacífico em suas costas, o Peru e o Equador têm enfrentado episódios de chuva muito intensa. Isso suscitou um debate sobre o risco de um evento de El Niño Costeiro, que é diferente do El Niño clássico ou canônico, que tem impactos maiores e mais amplos no clima do Brasil e do mundo.

Em síntese, desde antes de ser declarado o episódio de La Niña já se sabia que seria por demais curto e fraco, e hoje não se pode afirmar, em nossa opinião, com base em dados do oceano e da atmosfera, que as condições sejam de La Niña.

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