Os extremos do primeiro mês do ano não se limitaram ao calor, com o janeiro mais quente em 109 anos na Capital. O que choveu Oeste, Centro e parte do Sul do Estado fugiu também demais à normalidade. Meio ano de chuva em um mês em alguns pontos.
Estações automáticas do (Inmet) Instituto Nacional de Meteorologia registraram 572 mm em Quaraí, 523 mm em Alegrete, 481 mm em Santiago, 478 mm em Bagé, 465 mm em Livramento, 453 mm em São Gabriel, 438 mm em São Vicente do Sul, 435 mm em Dom Pedrito, 301 mm em Caçapava do Sul, e 300 mm em Jaguarão.
Coube, porém, a Uruguaiana o topo do ranking. A estação automática do Inmet na cidade da fronteira anotou em janeiro 685 mm, mas estação do CPRM/ANA no município indicou 910 mm. As imagens mostram registros do satélite Sentinel-2 comparando áreas agrícolas perto de Alegrete sem enchente e com inundações em janeiro.
O cenário que levou ao janeiro atipicamente quente na Capital também trouxe os volumes absurdamente altos no Oeste. A grande área de alta pressão no Atlântico que inibiu o deslocamento de frentes frias com conseqüente aquecimento intenso no Leste do Sul do Brasil e no Sudeste do país fez com que o canal de umidade da Amazônia que deveria atuar sobre o Centro-Oeste e na Região Sudeste fosse bloqueado e desviado para o Sul, gerando chuva excessiva.