Se o tempo era excelente na fase de buscas no Golfo da Tailândia e no Sul do Mar da China, agora variam entre ruim e péssimas na área do Sul do Oceano Índico em que satélites (imagem abaixo) apontaram destroços que poderiam ser do Boeing 777 desaparecido há duas semanas da Malaysia Airlines. Ontem, no primeiro dia de buscas no local, o mau tempo provocado pela passagem de uma frente fria pela região dificultou as ações. Havia chuva, muitas nuvens baixas e nevoeiro sobre o mar.


Hoje e durante o fim de semana, as condições do tempo tendem a ter melhora parcial na área, mas voltariam a se deteriorar na semana que vem. Com o outono e a maior proximidade do inverno, frentes frias e ciclones se tornam mais freqüentes no Sul do Índico, o que também deixa o mar agitado. As ondas na área chegam a 3 metros e vão ser mais altas na semana que vem. Com isso, possíveis destroços podem se deslocar, o que faz com que as áreas de buscas por aviões mudem a cada dia.

Não apenas as condições do tempo são fundamentais na operação de buscas ao MH370, mas também é preciso saber como está o mar. Boias foram lançadas no mar ontem a partir de aviões da Força Aérea da Austrália (RAAF). As bóias, com transmissão de dados via satélite, entre outros dados, medirão a temperatura da superfície do mar e também as correntes.


A área em que imagens de satélite indicaram a presença de destroços está entre a corrente circumpolar antártica e o chamado “Giro do Índico”. Esta zona do “giro”, pela circulação da corrente, é conhecida por apresentar grande quantidade de objetos e lixo flutuando no mar (muitos do tsunami de 2004) e que podem acabar gerando pistas falsas nas buscas pelo avião.


Se o paradeiro da aeronave é ainda desconhecido, igualmente as causas do sumiço são ignoradas, apesar da infinidade de teorias formuladas na mídia. O mistério sobre o avião completa hoje duas semanas e ainda existem muito mais perguntas do que respostas. O esforço internacional envolve vários países, notadamente hoje a China, Estados Unidos, Malásia e Austrália. (Com informações do Governo da Austrália e dos meteorologistas da MetSul Luiz Fernando Nachtigall e Eugenio Hackbart)