O planeta teve o terceiro mês de junho mais quente desde o início dos registros em 1880, empatando com 2015 e perdendo apenas para 2016 e 2019. A informação foi divulgada hoje pelo NCEI, o Centro Nacional de Informação Ambiental da NOAA, a agência climática do governo dos Estados Unidos. Junho, para a NOAA, foi 0,92°C mais quente que a média do século 20.

Junho de 2020 marcou o 44º junho consecutivo e o 426º mês (todos) consecutivo com temperatura, pelo menos nominalmente, acima da média do século 20. Nove dos dez junhos mais quentes ocorreram desde 2010. Os sete junhos mais quentes ocorreram nos últimos sete anos (2014-2020).

América do Sul, Europa e África tiveram seu terceiro junho mais quente desde que os registros começaram. O desvio positivo de temperatura em junho de 2020 da região do Caribe empatou com 2016 como o quarto mais alto já registrado em junho.

A NASA classificou o último mês empatado com 2019 como o mês de junho mais quente já registrado. A anomalia de temperatura média global em junho de 2020 ficou 0,93°C acima da média de junho de 1951 a 1980, de acordo com a NASA.

Pequenas diferenças nas classificações geralmente ocorrem entre a NOAA e a NASA, resultado das diferentes técnicas usadas para lidar com regiões com poucos dados, como o Ártico. A curva de tendência, contudo, é inequívoca.

O período de janeiro a junho ficou 1,07°C mais quente que a média do século 20, segundo a NOAA, colocando o primeiro semestre como o segundo mais quente já registrado, apenas 0,05°C atrás do recorde estabelecido em 2016. 

O ano de 2020 tem mais de 99,9% de chance de figurar entre os cinco anos mais quentes já registrados e 36% de chance de ser o ano mais quente já observado. Nesse caso, os últimos sete anos seriam os sete mais quentes já registrados.

O período mais quente de 12 meses da Terra já registrado foi de julho de 2019 a junho de 2020 (empatado com um período entre 2015 e 16, quando houve um evento El Niño muito intenso), de acordo com dados do Serviço de Mudança Climática do Copernicus.

A previsão de 8 de julho da Organização Meteorológica Mundial deu 24% de chance de que pelo menos um dos próximos cinco anos tenha uma temperatura de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais (período 1850-1900).