O índice de raios ultravioleta (IUV) atinge níveis extremos no Sul do Brasil nesta sexta-feira. Dados do satélite meteorológico GOES-16 do começo da tarde desta sexta mostravam índices UV altíssimos na parte meridional do país com os valores mais elevados sendo registrados no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul, incluindo a área de Porto Alegre.
Conforme dados do satélite, quase todo o Sul do Brasil estava com IUV acima de 11, o que é um valor elevado, mas em parte do Rio Grande do Sul o índice no começo da tarde desta sexta atingia valores acima de 14, o que é uma marca extremamente alta na escala de referência de incidência da radiação ultravioleta.
Os altos índices UV se devem ao tempo muito aberto que se registra na Região Sul. O céu está claro, com ausência de nuvens, em praticamente todo o Sul do Brasil com algumas escassas nuvens esparsas no extremo Sul gaúcho e entre o Nordeste do Rio Grande do Sul e o Leste do estado do Paraná.
O tempo muito aberto decorre de uma massa de ar extremamente seco que atua neste final da semana sobre a região com baixíssima umidade relativa do ar e grande amplitude térmica, isto é a diferença de temperatura entre a noite e o dia.
Com a atmosfera excepcionalmente seca, a umidade relativa do ar durante a tarde é bastante baixa, o céu fica claro ou quase sem nuvens, a temperatura cai acentuadamente durante a noite e se eleva muito rapidamente durante o dia em condição típica que se observa nas áreas de deserto.
Antes mesmo de atingir o horário em que se dá o mínimo diário da umidade relativa do ar, entre 15h e 17h, a umidade já estava muito baixa no início da tarde desta sexta-feira com valores abaixo de 20% em muitos municípios e que desciam a 14% em Santiago e 15% em Quaraí.
O que é o índice UV
Os valores IUV são agrupados em categorias de intensidades, segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os raios ultravioletas A (UVA) têm incidência regular durante o ano todo, não diminuem no inverno e penetram profundamente na pele. Os raios UVA são de médio grau de intensidade e responsáveis por manchas e rugas.
Por sua vez, os raios ultravioletas B (UVB) alternam sua intensidade em alguns períodos do ano, e aumentam muito no verão, principalmente nas horas de maior radiação solar do dia (das 10h às 16h), aumentam o risco de câncer e têm alto grau de intensidade.
O IUV efetivo leva em consideração o IUV máximo obtido a partir das condições de céu limpo e meio dia solar, critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde e as condições de nebulosidade na atmosfera em tempo quase real. A atualização do IUV corrigido é possível devido ao uso de imagens de satélites meteorológicos.
Cuidados com o sol
O Rio Grande do Sul é o estado que tem maior incidência de câncer de pele no Brasil, o que exige de sua população que redobre os cuidados na exposição ao sol. A taxa recorde de incidência entre todos os estados do país se explica pelo fato de mais de 80% da população possuir pele clara.
“O Estado conta com uma grande população de origem europeia, e muitos agricultores ficam expostos ao sol sem a proteção necessária. Isso aumenta muito a incidência de casos”, diz o cancerologista Sérgio Roithmann, do Hospital Moinhos de Vento. Ele explica que a maioria dos casos é de tumores agressivos, mas o melanoma pode ser bem mais grave.
Exposição excessiva ao sol – principal fator de risco -, cabelos e olhos claros, sardas, história prévia de câncer de pele na família e pintas escuras pelo corpo devem ser observados e investigados por um médico, advertiu. O diagnóstico precoce possibilita uma alta chance de cura na fase inicial do câncer de pele. Os médicos recomendam o autoexame e que conheçam suas pintas, verificando assimetria, borda, cor e diâmetro. Ao identificar algo diferente, a orientação é buscar um dermatologista e fazer uma avaliação.