FORT ERIE – CANADÁ | COLE BURSTON/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A impressionante nevasca associada ao ciclone bomba nos Grandes Lagos, entre os Estados Unidos e o Canadá, deixou um saldo trágico de dezenas de vítimas. Pessoas que perderam suas vidas em meio à tempestade de neve nas ruas e dentro de seus carros no que alguns chegam a chamar de um “furacão branco”.

Por outro lado, o frio e o vento contribuíram para gerar imagens incríveis na região. Fenômeno espetacular foi registrado ao longo das margens do Lago Erie, nos Estados Unidos e no Canadá, quando a nevasca com ventos acima de 100 km/h e frio extremo atingiu a área.

As casas à beira do lago em Hamburg, estado de Nova York, localizadas a cerca de 20 quilômetros ao Sul de Buffalo, foram envoltas em gelo, dando-lhes a aparência impressionante de escultura de gelo. Pingentes de gelo com vários metros de comprimento podem ser vistos assumindo qualquer coisa exposta aos elementos, como telhados, cercas e móveis externos. Casas e carros inteiros estavam cobertos por espessas camadas de gelo.

Uma estação meteorológica nas proximidades de Watertown, em Nova York, registrou rajadas de vento de mais de 100 km/h na sexta-feira. O vento intenso combinado com temperaturas abaixo de zero ajudou a formar essas esculturas de gelo e trazer cenas insólitas de uma paisagem congelada.

À medida que a tempestade de inverno avançava, ondas enormes atingiram o Oeste de Nova York durante o frio ártico, fazendo com que o spray congelante do lago Erie revestisse casas e edifícios próximos. O spray congelante ocorre quando as ondas quebram na costa e ventos fortes sopram a água fria do lago em objetos próximos.

O ar extremamente frio fez com que a água congelasse, formando a espessa camada de gelo sobre as casas, carros e outras superfícies. No evento de formação de gelo em Hamburg, o vento constante fez com que alguns dos gigantescos pingentes de gelo se formassem de forma transversal, para o lado, e não para baixo.

FORT ERIE – CANADÁ | COLE BURSTON/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FORT ERIE – CANADÁ | COLE BURSTON/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FORT ERIE – CANADÁ | COLE BURSTON/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FORT ERIE – CANADÁ | COLE BURSTON/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FORT ERIE – CANADÁ | COLE BURSTON/AFP/METSUL METEOROLOGIA

HAMBURG – ESTADOS UNIDOS | JOHN NORMILE/GETTY IMAGES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A tempestade de inverno começou inicialmente com chuva em Buffalo com quase 50 mm na sexta-feira. O ar ártico, então, chegou a fez com que a chuva forte se transformasse em neve pesada. Com a tempestade de inverno aumentando pela intensificação do ciclone bomba, vieram as ondas, o spray e o vento.

Foram 2.235 minutos de condições de nevasca ou 37 horas ininterruptas em Buffalo, segunda maior cidade do estado de Nova York. As condições de nevasca são definidas tecnicamente como uma simultaneidade de rajadas de vento de 56 km/h ou mais, neve soprando/caindo e visibilidade de 400 metros ou menos. A marca quebrou o recorde anterior da cidade de 960 minutos contínuos de blizzard em 1985.

Quando a nevasca começou na manhã de sexta-feira, Buffalo registrou uma rajada de vento de 114 km/h. Outra rajada de 110 km/h foi registrada durante a tarde. Numerosas rajadas acima de 100 km/h continuaram noite adentro. A visibilidade era tão baixa quanto zero.

O total de neve foi de 43 polegadas ou 1,09 metro em Buffalo. Os ventos sopraram parte da acumulação pelo efeito de drifting que gerou montes de neve nas ruas e casas de até três a quatro metros de altura. A tempestade de neve de três dias foi a segunda maior na história moderna da cidade.

Eventos de casas e carros congelados perto dos lagos como esse aconteceram no passado, como em fevereiro de 2020, quando Hamburg foi novamente o local dessa impressionante transformação do gelo. Em 2019, ventos fortes que também causaram “tsunamis de gelo” atingiram casas à beira do lago em Pulaski, Nova York. Dois anos antes, uma “casa de gelo” foi encontrada em West Webster, Nova York, às margens do Lago Ontário.