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Imagem de satélite divulgada nesta terça-feira pelo Sistema Copernicus, da União Europeia, mostra uma enorme quantidade de neve cobrindo a Cordilheira dos Andes neste fim de agosto entre o Chile e a Argentina. O registro foi feito pelo satélite europeu Sentinel-3 no domingo, quando tempo mais aberto permitiu a captura da imagem.

SISTEMA COPERNICUS

A grande quantidade de neve na Cordilheira dos Andes junto ao Centro do Chile no momento decorre de altos índices de precipitação registrados nas últimas duas semanas. Fora dois rios atmosféricos e uma frente fria que atingiram o Chile a partir do Pacífico nos últimos 15 dias.

Estes sistemas meteorológicos trouxeram volumes extremos de chuva e inundações junto às encostas e nos vales do lado chileno da cordilheira. O mau tempo causou ao menos três mortes e deixou mais de 34 mil pessoas isoladas no Chile. O governo do Chile declarou estado de catástrofe.

Na chamada alta montanha, ao contrário, mesmo com a elevada isoterma zero (altitude da atmosfera em que a temperatura atinge 0ºC), a precipitação se converteu em neve que caiu em grande quantidade e acumulou vários metros.

Nesta terça-feira, a Passagem Internacional Cristo Redentor que liga o Chile a província argentina de Mendoza pelos Andes, a principal travessia rodoviária entre os dois países, completa treze dias bloqueada pelas sucessivas nevascas.

São mais de três mil caminhões retidos em Mendoza esperando para cruzar os Andes rumo ao Chile. Há muitos caminhoneiros retidos também no lado chileno da fronteira. Vários desses motoristas são brasileiros que realizam transporte internacional de cargas.

Nas últimas horas, a situação voltou a piorar. Uma nova forte nevasca atingiu a Cordilheira dos Andes com grande acúmulo de neve na passagem Cristo Redentor. Imagens da segunda-feira na passagem mostravam visibilidade quase zero com vento intenso e neve forte (“viento blanco”).

A grande quantidade de neve deste final de agosto ocorre depois que no começo do mês um episódio de calor extremo no Centro e no Norte do Chile causou um derretimento acelerado da neve que havia nos Andes junto ao Centro chileno.

Os termômetros da comuna de Vicuña, localizada na cordilheira da região de Coquimbo, Centro do Chile, atingiram os 37°C no dia 2 de agosto. Foi a maior temperatura registrada na região durante o inverno em mais de 70 anos. O recorde pertence a Copiapó, no Atacama, a 400 quilômetros ao Norte de Vicuña. Em agosto de 1951, os termômetros marcaram 37,3ºC na localidade.