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A espaçonave russa Soyuz MS-13 transportando os membros de expedição da Estação Espacial Internacional (ISS) Andrew Morgan (NASA), o cosmonauta russo Alexander Skvortsov e o astronauta italiano Luca Parmitano da ESA (Agência Espacial EuropEia) decola para a ISS da plataforma de lançamento do cosmódromo de Baikonur, alugado pela Rússia, no Cazaquistão, em 20 de julho de 2019. | KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A Agência Espacial Europeia (ESA) confirmou a suspensão da missão russo-europeia ExoMars e procura alternativas para realizar outras quatro missões após a suspensão da cooperação com a agência espacial russa Roscosmos devido à guerra na Ucrânia. Em comunicado, o conselho administrativo da ESA instruiu seu diretor a realizar um estudo rápido para relançar ExoMars e buscar alternativas para as outras missões.

A ExoMars estava programada para lançar um rover com destino a Marte em setembro com a ajuda de um lançador e uma estrutura de pouso russos. Os lançamentos de diversas missões da ESA utilizavam, até agora, o lançador russo Soyouz a partir do porto espacial europeu de Kourou, na Guiana Francesa.

A Roscosmos condenou as sanções europeias, impostas em virtude da invasão russa à Ucrânia, de suspender os lançamentos com o Soyouz no porto de Kourou e de chamar de volta sua equipe de centenas de engenheiros e técnicos. Inicialmente previsto para 2020, o lançamento da ExoMars foi adiado, por causa da pandemia de covid-19, para setembro de 2022.

Agora, a expedição espacial está mais do que comprometida por causa de uma janela de lançamento em direção ao planeta vermelho que se abre de dois em dois anos. O rover da ESA, Rosalind Franklin, deveria ser transportado por um foguete Proton de Baïkanour no Cazaquistão e pousar em Marte com a ajuda do lander “Kazatchok”, também russo.

Todas as outras missões da ESA que têm como base a utilização do lançador russo Soyouz foram também suspensas. Estas incluem dois satélites para constelação europeia de posicionamento Galileo, a missão científica Euclid e a missão europeia-japonesa de observação da Terra EarthCARE.

O chefe da agência espacial russa, Dmitri Rogozin, lamentou a suspensão da missão. “É muito amargo para todos os entusiastas do espaço”, disse Rogozin no Telegram. A missão ExoMars previa o lançamento de um rover da ESA com destino a Marte em setembro, com a ajuda de um lançador e aterrissador russos. “É lamentável”, destacou.

Ao mesmo tempo, Rogozin demonstrou otimismo ao afirmar que “em poucos anos” a Rússia poderá realizar essa missão sozinha. “Sim, levará alguns anos (…) mas seremos capazes de realizar esta missão de pesquisa sozinhos a partir do novo local de lançamento no Cosmódromo de Vostochny”, disse ele.

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