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O tempo já começou a mudar nesta noite de quinta-feira no Oeste e no Noroeste do Rio Grande do Sul e a instabilidade vai aumentar muito no território gaúcho entre a madrugada e a manhã desta sexta-feira com chuva localmente forte, muitos raios e alto potencial de temporais isolados, sobretudo de granizo.

Granizo vai acompanhar temporais isolados no Rio Grande do Sul nas próximas horas | METSUL

Por que a mudança do tempo? Ar muito quente em altitude invade o Rio Grande do Sul com uma corrente de jato em baixos níveis que se origina na Bolívia e no Centro-Oeste. Ao encontrar a atmosfera mais fria sobre o estado, forma nuvens carregadas que trazem chuva e temporais.

O que esperar do tempo nesta sexta? Entre a madrugada e de manhã, pancadas de chuva com raios, granizo e temporais isolados atingem a maior parte do Rio Grande do Sul, inclusive a região de Porto Alegre.

No decorrer do dia, entretanto, grande parte da instabilidade se afasta com o avanço de ar mais quente e o sol aparece com nuvens em muitas cidades gaúchas. Já no Sul gaúcho, a chuva persiste com pancadas fortes, raios e granizo.

Pode ventar forte? Sim, vai ventar. A corrente de jato em baixos níveis de grande intensidade vai trazer ar muito quente para o Rio Grande do Sul nesta sexta e que ingressará com vento forte a localmente intenso em diversas localidades.

Em termos leigos, a corrente de jato em baixos níveis é uma corrente de ar estreita encontrada na baixa atmosfera, normalmente em torno do nível de pressão de 850 hPa (ou cerca de 1500 metros de altitude), atuando entre um e dois quilômetros de altura. Ou seja, é um corredor de vento nas camadas baixas da atmosfera.

A intensa corrente de jato em baixos níveis da atmosfera vai trazer vento do quadrante Norte moderado com rajadas fortes a muito fortes. O vento em muitas cidades deverá atingir de 50 km/h a 80 m/h, mas em alguns pontos pode alcançar até 80 km/h a 100 km/h com risco de quedas de árvores e falta de luz.

Onde mais deve ventar forte de Norte com a corrente de jato será no Oeste, Centro e no Sul gaúcho, embora se espere que o tempo fique ventoso em outras regiões. Neste tipo de situação, Porto Alegre e a maior parte da região metropolitana não costumar ter vento muito forte, exceção de pontos perto da Serra como o Vale do Sinos.

O jato traz calor? Sim. Com o afastamento da instabilidade no decorrer do dia e a volta do sol, a temperatura vai disparar. Espera-se calor, em vários municípios forte a intenso, no Oeste, Centro e Metade Norte com mais de 30ºC em diversas cidades e até 35ºC ou mais em algumas.

Faz calor até na Serra, onde em algumas localidades pode fazer perto de 30ºC. Na área metropolitana, mais ao Sul o aquecimento será menos expressivo, porém mais ao Norte da Grande Porto Alegre e perto da Serra as máximas podem passar de 30ºC. Já no Sul e parte do Leste gaúcho, a chuva impedirá maior aquecimento.

Há risco de temporais? Afirmativo. Altíssimo. O avanço de ar quente deve favorecer temporais isolados no Rio Grande do Sul. Modelos indicam temperatura a 850 hPa (1500 metros de altitude) acima de 20ºC nesta sexta, o que sinaliza uma atmosfera bastante aquecida. Instabilidade sob atmosfera tão aquecida costuma formar nuvens carregadas com muitos raios e uma probabilidade acentuada principalmente de granizo, embora possam ocorrer vendavais isolados, sobretudo em caso de intensa precipitação de granizo. Não são afastados fenômenos severos isoladíssimos de vento.

O granizo, conforme a nossa análise, é o principal risco de tempo severo nesta sexta no Rio Grande do Sul. Pode cair em diversas cidades. As regiões de maior risco são o Oeste, Centro, a Campanha e o Sul, apesar de não se afastar ocorrências localizadas em outras áreas do estado.

Dentro de uma nuvem Cumulunimbus de tempestade, partículas de gelo se desenvolvem a partir de água superresfriada. As partículas caem em direção à parte inferior da nuvem devido à força da gravidade, mas são forçadas a subir por poderosas correntes ascendentes de ar dentro das nuvens (updrafts).

Na parte superior da nuvem, eles encontram mais água superresfriada, que congela sobre as partículas de gelo, adicionando outra camada de gelo, o que se dá de forma repetida.

Assim, os pequenos pedaços de gelo ficam cada vez maiores, tornando-se bolas de gelo, as pedras de granizo. As pedras de granizo finalmente se tornam pesadas demais para serem elevadas de volta ao topo da nuvem e caem em terra. Devido à forma como se formam, o granizo tem uma estrutura em camadas, como uma cebola.

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