Porto Alegre e região metropolitana enfrentam os piores dias de poluição atmosférica em treze anos, de acordo com levantamento da MetSul Meteorologia. A qualidade do ar tem variado entre ruim e muito ruim na Grande Porto Alegre pela grande quantidade de fumaça derivada de queimadas na América do Sul.
Uma estação particular de monitoramento de qualidade do ar que registra material particulado de menor diâmetro (MP2,5) mediu um AQI de 160 no começo da madrugada de hoje no Vale do Sinos, no Norte da área metropolitana.
As MP2,5 são um tipo de partículas inaláveis, de diâmetro inferior a 2,5 micrometros (µm) e constituem um elemento de poluição atmosférica. As poucas estações mantidas pelo governo do estado medem MP10, ou seja, partículas de maior diâmetro.
Conforme a tabela de AQI (Air Quality Index), da EPA, a agência ambiental dos Estados Unidos, valores entre 0 e 50 (verde) são bons. Entre 51 e 100 (amarelo) são considerados moderados. Nesta faixa, a qualidade do ar é aceitável. No entanto, pode haver risco para algumas pessoas, particularmente aquelas que são excepcionalmente sensíveis à poluição do ar.
Já valores de AQI entre 101 e 150 (laranja) indicam má qualidade do ar e insalubre para grupos sensíveis. Neste nível, pessoas de grupos sensíveis podem sofrer efeitos na saúde. O público em geral tem menos probabilidade de ser afetado.
Por sua vez, marcas de AQI entre 151 e 200 (vermelho), como as registradas hoje na Grande Porto Alegre, são consideradas insalubres. Nesta faixa, algumas pessoas do público em geral podem sofrer efeitos na saúde e membros de grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais sérios na saúde.
Índices de AQI entre 201 e 300 (púrpura) apontam para condições muito insalubres. Neste caso, o risco de efeitos na saúde pela poluição atmosférica é aumentado para toda a população e não apenas grupos sensíveis.
A última vez em que a qualidade do ar esteve ruim a muito ruim por tantos dias seguidos em Porto Alegre e na região metropolitana foi há 13 anos, em outubro de 2011, devido às cinzas trazidas por correntes de vento de Sul na erupção do vulcão chileno Puyehue-Cordón Caulle.
Conforme dados da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) da época, a média de 24 horas de concentração de material particulado inalável (PM10) no Parque Universitário, em Canoas, chegou a 285 microgramas por metro cúbico, pior que no momento atual.
As cinzas do vulcão chileno, além de terem causado péssima qualidade do ar em níveis perigosos à saúde, ainda afetaram em diversas oportunidades as operações do Aeroporto de Porto Alegre e de outros aeródromos da América do Sul devido ao risco de segurança para as aeronaves.
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