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Grande nevada atingia na manhã desta sexta-feira a cidade argentina de Bariloche com muita acumulação a problemas para o trânsito de veíulos e o tráfego aéreo local | MUNICIPALIDADE DE BARILOCHE

Uma intensa nevada atingia na manhã desta sexta-feira a cidade argentina de Bariloche com inúmeros transtornos para a população e turistas. A neve se registra em vários pontos da cidade da província argentina de Rio Negro e cai de forma copiosa com acúmulo, o que exige extrema cautela de pedestres e motoristas. Há complicações nas ruas e avenidas da localidade turística. Na Ruta 40, embora o trânsito esteja habilitado, é obrigatório de correntes nos pneus.

Um alerta meteorológico amarelo do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina está em vigor por fortes nevascas pela manhã com risco de chuva forte entre a tarde e a noite de hoje na região. Há dias, os meteorologistas do SMN advertiam para a probabilidade de forte neve e chuva volumosa na região patagônica.

O trânsito está muito complicado nas ruas e avenidas de Bariloche devido ao acúmulo de neve. As autoridades municipais da cidade argentina pedem aos motoristas que evitem trafegar nesta sexta-feira e que somente se aventurem a dirigir na intensa nevada se possuírem automóveis preparados para o tempo extremo de hoje com rodas preparadas para a neve ou correntes.

A forte nevada afeta também o tráfego aéreo local. Ao menos quatro voos que deveriam pousar nesta manhã no aeroporto internacional de Bariloche foram desviados para Neuquén devido às condições meteorológicas adversas nas montanhas. Um voo foi cancelado. Os voos da JetSmart que deveriam pousar às 8h12 de Ezeiza e 9h36 do Aeroparque, assim como os dois da Aerolíneas Argentinas que deveriam chegar de Aeroparque foram desviados. Um voo da Flybondi acabou canelado e partia de Ezeiza.

Como consequência, há transtornos com a partida dos aviões. Há atrasos nos voos da JetSmart e da Aerolíneas Argentinas com passageiros que não conseguem deixar a cidade turística. O aeroporto de Bariloche funcionou normalmente durante as primeiras horas da manhã, até quase 8h, com a chegada de 5 voos. Durante toda a manhã foram realizadas tarefas de remoção de neve e gelo na pista. Para esta sexta-feira, estavam previstas as chegadas de 21 voos de diversas partes da Argentina e um do Brasil.

Julho de muita neve nos Andes

Junho já tinha trazido bastante neve, mas este mês de julho é marcado por grandes nevadas nos Andes e na Patagônia. Sistemas de instabilidade consecutivos reduziram os déficits de chuva no Centro do Chile e aumentaram a camada de neve no topo dos Andes, uma reserva crítica de água para o próximo verão. Chuvas fortes e neve caíram na área, apesar das condições de La Niña na costa do Pacífico, que normalmente trazem invernos secos. A precipitação trouxe pelo menos algum alívio temporário para uma área que sofre uma seca com 13 anos de duração.

Modelo norte-americano GFS indicava forte queda de neve para o começo desta sexta-feira em Bariloche | METSUL

As tempestades de neve foram o resultado de um padrão atmosférico anticiclônico de bloqueio perto da Península Antártica que dirigiu vários ciclones extratropicais em direção ao Chile. Dois sistemas – de 9 a 10 de julho e de 14 a 15 de julho – despejaram chuva ao longo da costa e neve nas montanhas. As tempestades deixaram centenas de pessoas presas na passagem internacional Cristo Redentor, entre a Argentina e o Chile, incluindo muitos brasileiros.

Neve e frio não rumam para o Brasil

O movimento do ar frio de origem polar tem estado predominantemente zonal no Cone Sul por semanas, ou seja, com as massas de ar frio se movimentando de Oeste para Leste no Sul da América do Sul e sem progredir para o Norte de forma recorrente. Isso explica o julho até agora de temperatura muito acima da média no Centro-Sul do Brasil enquanto no Sul do continente tem feito muito frio e nevado em grande quantidade. O sistema que traz muito neve para a Argentina nesta sexta-feira não vai rumar para o Sul do Brasil com neve e frio.

Modelo europeu projeta que a grande massa de ar frio no Sul do continente e que favorece neve na região não vai avançar para o Sul do Brasil | METSUL

Ao contrário, a tendência para os próximos sete dias no Sul do Brasil é de temperatura acima a muito acima da média de julho. A semana que vem terá o predomínio do tempo seco com muitos dias de sol e temperatura elevada sob influência do bloqueio da massa de ar seco e quente sobre o território brasileiro. Muitas cidades do Sul do país terão, inclusive, calor em algumas tardes da próxima semana.