
Grande explosão solar deste domingo de Páscoa foi a terceira maior até agora no atual ciclo solar de 11 anos | SOHO/NASA
O sol registrou grande explosão solar neste fim de semana de Páscoa, provocando apagões de rádio na Terra e sinalizando o que deve ser um período muito favorável a tempestades solares nos próximos dias à medida que um complexo de manchas na superfície do sol e muitos ativas deve ficar voltada para o nosso planeta nos próximos dias.
A erupção solar da Páscoa atingiu o pico à 0h34 deste domingo e foi seguida minutos depois por uma enorme erupção solar conhecida como ejeção de massa coronal, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo Espacial dos Estados Unidos (SWPC), que integra a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA).
A explosão foi registrada como uma tempestade solar da classe X1.1 (as tempestades da classe X são as mais poderosas do sol) e durou cerca de 34 minutos, disseram autoridades do SWPC.
A erupção originou-se das regiões 2994 e 2993, um aglomerado de manchas solares ativas que viu “explosões significativas” desde que apareceu na extremidade do sol, informou o SWPC.
“Espera-se que a atividade solar esteja ativa na próxima semana, à medida que essas manchas solares migram pelo disco visível do sol”, escreveu a agência em uma atualização.
And here this CME as recorded by the inner (LASCO C2) coronagraph: pic.twitter.com/BarcIce8Rg
— SOHO_Mission (@MissionSoho) April 17, 2022
Uma vez que as manchas se aproximam de uma posição voltada para a Terra cresce o risco de tempestades solares geoefetivas, ou seja, capazes de produzir efeitos em nosso planeta.
Conforme o centro da NOAA de tempo espacial, a erupção solar desta Páscoa gerou um breve apagão de rádio e foi classificada como uma explosão de rádio solar Tipo II.
“Tais rajadas são produzidas por ondas de choque nas extremidades das ejeção de massa coronal”, escreveu o astrônomo Tony Phillips, do Spaceweather.com, em uma atualização.
Como a erupção ocorreu no extremo do sol, a ejeção de massa coronal que gerou provavelmente não é direcionada à Terra, anotou Phillips.
X1.1 solar flare observed around newly reassigned AR 2994 (ex 2975) towards the east limb. CME likely, but due to location near limb, will likely be directed mostly away from Earth. More to follow via website. https://t.co/aqK4Q6XdAY pic.twitter.com/eiTB8HEWHZ
— SolarHam (@SolarHam) April 17, 2022
As explosões solares de classe X, como a registrada neste domingo, são os tipos mais fortes de tempestades no sol. As erupções solares mais fracas são da classe A; as tempestades das classes B e C também são relativamente moderadas.
An X1.1 solar flare was observed this morning at 03:34 UTC from sunspot region 2994 at the north-east-limb. This is the third strongest solar flare of the current cycle.
A partial halo coronal mass ejection was released into space but it is not expected to arrive at Earth. pic.twitter.com/U5r6RO7Vp1
— SpaceWeatherLive (@_SpaceWeather_) April 17, 2022
Tempestades mais poderosas da classe M e acima podem desencadear auroras mais intensas nos polos enquanto as tempestades mais fortes da classe X podem representar um risco para satélites e astronautas em órbita quando direcionadas diretamente para a Terra.
As erupções solares deste fim de semana da Páscoa ocorrem após uma tempestade solar de classe X1.3 em 30 de março e várias erupções de classe C e M de diferentes regiões de manchas solares nas últimas semanas.
O sol está atualmente em uma fase cada vez mais ativa de seu ciclo climático solar de 11 anos (o ciclo atual é conhecido como Ciclo Solar 25 e começou em 2019). A NASA, o SWPC e outros cientistas solares acompanham o tempo espacial do sol com uma série de espaçonaves como o Solar Dynamics Orbiter da NASA, o Observatório Solar e Heliosférico da NASA (SOHO), entre outros.
As explosões solares são liberações poderosas de energia no sol. As explosões e erupções solares podem afetar as comunicações de rádio, redes de energia elétrica, sinais de navegação e representar riscos para naves espaciais e astronautas, mas, para a população do Brasil não trazem maiores riscos por estar o país em latitudes médias e baixas.