Um temporal com chuva torrencial atingiu parte da cidade de Porto Alegre no final da tarde da quarta-feira (26), trazendo caos e cenas impressionantes em diferentes bairros. As águas invadiram casas e comércios, arrastaram automóveis e chegaram a tomar o subsolo do shopping Praia de Belas e do Hospital Mãe de Deus. Em alguns pontos, a precipitação em apenas uma hora somou a metade da média histórica de janeiro inteiro.

Chuva extrema que se abateu sobre a cidade de Porto Alegre foi localizada e não atingiu todos os bairros. Áreas mais afetadas da capital se concentraram entre a parte central e a Zona Leste que tiveram os maiores volumes enquanto nos extremos Sul e Norte da cidade não se anotou chuva intensa | FERNANDO OLIVEIRA

Bairro Menino Deus foi um dos mais castigados pela chuva que inundou o cruzamento da José de Alencar com a Borges de Medeiros. As águas chegaram a invadir áreas do Hospital Mãe de Deus com os acessos pela Rua Costa totalmente alagados. Pessoas deixavam o local com uma cascata na escada e água na altura do joelho. O Mãe de Deus disse em nota que “equipe do hospital está trabalhando para recuperar o local” e que “não houve registro de incidentes envolvendo pacientes ou colaboradores”. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

Porto-alegrense enfrentou muitos transtornos e pontos de alagamentos e inundações na saída do trabalho no final da quarta-feira. Várias ruas e avenidas se transformaram em rios pelo muito alto volume de chuva em curto período que se abateu sobre parte da cidade entre 17h e 18h. Em vários locais as pessoas enfrentavam água até o joelho. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

Pegar o ônibus para voltar do trabalho para casa no fim da tarde foi uma difícil tarefa em muitas ruas e avenidas de Porto Alegre pelos alagamentos. Um dos pontos críticos foi a Avenida Érico Veríssimo que é ponto histórico de alagamento da cidade em caso de chuva forte. | GUILHERME ROCKET/SBT-RS

Pedestres e passageiros de ônibus tiveram que enfrentar ruas tomadas pelas águas e em alguns locais as avenidas estavam praticamente intransitáveis pela altura das águas com apenas ônibus circulando. Uma das áreas que mais choveu foi entre os bairros Menino Deus e Medianeira a ponto de a região da Rótula do Papa, junto ao antigo Estádio Olímpico, ter se transformado numa grande lagoa. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

Com as dificuldades enfrentadas para se deslocar nos alagamentos, muitas pessoas contaram com a ajuda e a solidariedade de outros pedestres para se desloca em meios aos alagamentos que tomaram conta de parte da cidade de Porto Alegre no final da tarde. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

O temporal em Porto Alegre ocorreu em razão da formação de uma grande nuvem de temporal que avançou de Oeste para a cidade e se intensificou sobre o perímetro urbano da capital gaúcha justamente sobre os bairros mais atingidos, onde despejou um grande volume de água. A temperatura máxima no Jardim Botânico chegou a 36,8ºC. A temperatura às 15h era de 36,5ºC com umidade de 53%, o que trazia um índice de calor de 46ºC. | GUILHERME ROCKET/SBT-RS

O acumulado de chuva apenas em uma hora, entre 17h e 18h, na estação do Instituto Nacional de Meteorologia no Jardim Botânico, chegou a 47 mm. Há muito tempo a estação não registrava volume tão alto em tão curto período que equivale à quase metade da média histórica de precipitação do mês de janeiro inteiro na cidade de Porto Alegre de 100,1 mm. Entre 18h e 19h choveu mais 8,6 mm e entre 19h e 20h o acumulado foi de 0,6 mm. Significa que em apenas duas horas choveu no bairro Jardim Botânico 55% da média histórica do mês todo. | GUILHERME ROCKET/SBT-RS

Os maiores volumes de chuva se deram no eixo das avenidas Ipiranga e Bento Goncalves com acumulados muito altos em bairros como Cidade Baixa, Menino Deus, Medianeira, Azenha, Santo Antônio, Partenon e Jardim Botânico. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

O aguaceiro do final da tarde trouxe alagamentos com pontos até intransitáveis em vários locais da área central e da zona Leste da capital gaúcha como os maiores impactos em ruas e avenidas como a Lima e Silva, Carlos Barbosa, Ganzo, José de Alencar, Érico Veríssimo, Azenha, Ipiranga e Bento Gonçalves. | GUILHERME ROCKET/SBT-RS

Fim de tarde da quarta-feira teve imagens de ruas parecendo piscinas em parte da cidade, como foi o caso da Avenida Érico Veríssimo no trecho entre a Ipiranga e a José de Alencar. | GABRIEL WOLKIND

O temporal alagou casas e estabelecimentos comerciais. Entre os locais atingidos o estacionamento do subsolo do Shopping Praia de Belas, deixando clientes e carros ilhados. Em comunicado, a assessoria de imprensa do estabelecimento relatou que “registrou acúmulo de água em parte do primeiro piso do prédio garagem, sem danos para o empreendimento e clientes”. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

Com a chuva, a temperatura declinou de 36ºC para 25ºC, mas a noite da quarta-feira seguia com abafamento e algumas ruas ainda alagadas em Porto Alegre. A chuva intensa na capital gaúcha ocorreu no último dia da onda de calor extremo com 15 dias seguidos de máximas acima de 40ºC no Rio Grande do Sul, período muito provavelmente sem precedentes na história gaúcha. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

Temporal trouxe prejuízos nos bairros mais alagados da cidade, especialmente para motoristas que tiveram seus carros invadidos pelas águas ou arrastados pela correnteza das ruas que se transformaram em rios em alguns pontos de Porto Alegre. A previsão do tempo publicada ainda um dia antes indicava o risco de temporal e de chuva localmente forte a intensa com possibilidade de alagamentos para a tarde e noite da quarta-feira na região da Grande Porto Alegre. | MAURO SCHAEFER/CORREIO DO POVO

Horas depois do dilúvio, na noite da quarta-feira, muitos carros apanhados pela enxurrada ainda podiam ser vistos presos nos alagamentos em algumas ruas da cidade | GABRIEL WOLKIND