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Furacão Henri na sexta sobre o Atlântico a Leste do estado norte-americano da Flórida | NASA

O furacão Henri atinge hoje (22) a região dos Estados Unidos que tem a maior população de brasileiros nos Estados Unidos. Apesar de muitas pessoas oriundas do Brasil ou seus descendentes viverem na Flórida, o estado norte-americano de Massachusetts, na região da Nova Inglaterra, é o que registra maior presença de brasileiros. A região de Nova York e Nova Jersey igualmente concentra muitos nacionais do Brasil. Neste domingo, Nova York, Nova Jersey e Boston (Massachusetts) serão castigadas pela chuva e o vento de Henri.

Henri é um furacão categoria 1 e deve tocar terra neste domingo no Nordeste dos Estados Unidos no limite de um furacão categoria 1 ou superior de uma tempestade tropical ao redor de Long Island ou Rhode Island. Os ventos sustentados devem ficar ao redor de 120 km/h quando a tempestade começar a ingressar em terra (landfall). Mais de 50 milhões de pessoas estão neste momento sob alerta de tempo severo no Nordeste dos Estados Unidos.

Um furacão tocar terra na região é relativamente raro. Long Island não tem um furacão tocando terra desde Gloria em 1985. O último landfall de um furacão na Nova Inglaterra foi de Bob em 1991. A supertempestade Sandy tocou terra em Nova Jersey em 2012 com vento de furacão, entretanto a natureza do ciclone era pós-tropical quando alcançou terra.

A maior preocupação com esta tempestade de hoje é a ocorrência de chuva forte e erosão costeira pela elevação da maré. Um concerto organizado pela prefeitura de Nova York, na noite de sábado no Central Park com estrelas da música mundial para celebrar a volta da rotina da cidade teve que ser interrompido por segurança em razão de raios e chuva. Meteorologistas já alertavam para o risco e criticaram o prefeito de Nova York Bill de Blasio por manter o evento a poucas horas da chegada de um furacão.


De acordo com o escritório local do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (National Weather Service), a chuva do sábado na cidade de Nova York foi a mais volumosa já registrada em um dia 21 de agosto. O acumulado do dia na estação automática (ASOS) do Central Park ficou em 113 mm, sendo que a maior parte caiu em apenas duas horas com  46,7 mm entre 23h e 0h no sábado. Inundações são o maior risco hoje na cidade de Nova York e cidades próximas como Newark, Jersey City, Hoboken e Elizabeth.

A temporada de 2021 do Atlântico já tem três furacões (Elsa, Grace e Henri), sendo um furacão intenso (categoria 3 a 5), no caso Grace que chegou ao México. Somente outros seis anos na era de satélites, desde 1966, registraram três furacões e ainda um intenso até o dia 21 de agosto: 1966, 1969, 1996, 2004 e 2005. É a primeira vez desde 2012 que o Atlântico tem três ou mais furacões até a data.

A data média na climatologia histórica para a formação do terceiro furacão da temporada é apenas 6 de setembro, logo 2021 é um ano mais ativo que o normal. Esta temporada de 2021 já produziu 27 dias com a atuação de ciclones tropicais (storm days), de acordo com o meteorologista Philip Klotzbach. São mais dias que as temporadas inteiras de 1977, 1982, 1983, 1986 e 1991.

A população de Nova York e região ainda têm na memória a supertempestade Sandy de 2012 que trouxe graves conseqüências como blecaute em parte de Manhattan, inundações na ilha e nos boros da cidade, e ainda forte erosão costeira. Pessoas permaneceram sem luz por semanas e até meses pela destruição da rede elétrica em pontos da região de Nova Jersey e Nova York.

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