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Imagens de satélite e fotografias de superfície mostram que começou a temporada de fogo nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e no Planalto Sul Catarinense. Normalmente, em agosto, todos os anos, produtores começam a queima das campos.

A ação é bastante polêmica. A Secretaria do Meio-Ambiente do Rio Grande do Sul diz que “o emprego do fogo sobre vegetação nativa herbácea campestre é prática tradicional na região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, mas que pode causar impactos agravantes ao meio ambiente”.

O órgão ambiental do estado, entretanto, pondera que “estes impactos podem ser minimizados, ou tolerados, se a prática for bem empregada já que os campos nativos convivem milenarmente com as queimadas, conjuntamente com o pastoreio”.

“Além disto, maiores benefícios são alcançados quando a prática é aplicada em poucos hectares, com rotação de áreas, evitando que as mesmas sejam queimadas todos os anos”, diz a secretaria.

Uma leia estadual de 2012 atribui ao poder público municipal a competência para autorizar e fiscalizar o uso de fogo como prática de manejo controlado em pastagens, em áreas não mecanizáveis, desde que não seja de forma contínua, para limpeza, remoção de touceiras de palhadas e até que seja viabilizada tecnologia alternativa que venha a substituir esta prática.

Como é comum quando há vento do quadrante Norte, trazendo ar quente, a fumaça das queimadas nos Aparados da Serra e no Planalto Sul Catarinense acaba migrando ou para o Litoral Norte gaúcho ou a Grande Porto Alegre e os vales. Foi o que se viu hoje em Torres, onde o céu estava enfumaçado no fim de tarde com o material particulado alterando a cor do sol no fim da tarde.

SANDRO MULLER

SANDRO MULLER

Imagens de satélite confirmam que a origem da fumaça é de queimadas nos Campos de Cima da Serra e o Planalto Sul Catarinense. Os satélites da NOAA e NASA, e seus sensores de fogo, identificavam muitos focos de fogo nas duas regiões com a fumaça sendo transportada pelo vento para a costa.

ZOOM EARTH

NASA

Uma vez que é recém começo de agosto, a tendência nas próximas semanas é de mais dias com a presença de fumaça no céu, inclusive porque a perspectiva é que, com base nos padrões históricos, que as queimadas controladas aumentem na região ao longo do mês.

O fogo é uma técnica utilizada para eliminar restos de cultura e de exploração florestal, renovar pastos e para eliminar pragas e doenças na agropecuária. É uma técnica muito antiga, praticada pelos índios e assumida desde então no Brasil.

Apesar de não ser a técnica mais adequada nos dias de hoje, por causar diversos danos como empobrecimento do solo e desertificação, ainda é muito praticada. Para que o fogo permaneça dentro da área definida para queima e não saia do controle, causando incêndios florestais, deve ser utilizado de forma planejada e direcionada, limitada apenas a área previamente determinada e realizada conforme técnicas pré-estabelecidas.

Considera-se Queima Controlada o emprego do fogo como fator de produção e manejo em atividades agropastoris ou florestais, e para fins de pesquisa científica e tecnológica, em áreas com limites físicos previamente definidos e realizado de forma planejada e controlada.