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A MetSul Meteorologia prevê o retorno da fumaça das queimadas do Norte da América do Sul ao Rio Grande do Sul entre esta terça-feira e amanhã com o movimento para o Sul do corredor de fuligem na atmosfera que atua neste momentos para o continente.

Modelos de dispersão de aerossóis, como o europeu CAMS do Sistema Copernicus, projetam que o denso corredor de fumaça, resultante do grande número de queimadas que vem se registrando nestes dias na Amazônia do Brasil e de países vizinhos, ondula para o Sul entre hoje e amanhã, alcançando o estado gaúcho.

O corredor de fumaça vindo de Norte recurva para o Sul na altura do Rio Grande do Sul, avança para o Oceano Atlântico e por efeito de centros de baixa e alta pressão recurva de novo, desta vez para o Norte, levando a pluma de material particulado na atmosfera para o Sudeste do Brasil, atingindo o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.

O corredor de fumaça que há vários dias atua na América do Sul percorre milhares de quilômetros e abrange uma área que vai da região amazônica até o Rio Grande do Sul, passando pelos territórios da Bolívia, Paraguai e o Nordeste da Argentina.

A origem principal da fumaça está no Sul da região amazônica, em particular no Sul do estado do Amazonas, no chamado arco do desmatamento, assim como em Rondônia e na Bolívia, onde o número de queimadas tem sido bastante elevado neste mês de agosto, cobrindo de fumaça grande parte do Norte do Brasil.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, os satélites identificaram 3.432 focos de calor entre 21h de domingo e 21h de ontem na Amazônia. Trata-se do pior dia de queimadas na Amazônia neste ano, superando o maior número anual de até então de 3.224 focos de calor no bioma no dia 30 de agosto.

O corredor de fumaça será trazido para o Sul por uma corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento a cerca de 1.500 metros de altitude, que se origina no Sul da Amazônia e desce até o território gaúcho. A corrente de jato traz ar mais quente, o que explica a elevação acentuada da temperatura prevista para esta terça-feira na Metade Norte gaúcha.

Normalmente, nesta época do ano, estes corredores de fumaça alcançam o Sul do Brasil. Isso se dá quando as correntes de vento passam a ser de Norte. Às vezes, a fumaça da Amazônia desce até mais ao Sul e alcança a região de Buenos Aires e mais raramente o Norte da Patagônia.

Diferentemente da região amazônica, onde a fumaça atua mais perto da superfície e traz piora da qualidade do ar com problemas respiratórios para a população local, no Sul do Brasil está em suspensão na atmosfera.

Por isso, seus efeitos se percebem pelo tom mais acinzentado do céu com aspecto fosco e ainda por cores realçadas do sol ao amanhecer e no fim da tarde. Excepcionalmente, a fumaça vinda do Norte pode descer a altitudes menores e prejudicar a qualidade do ar de forma mais significativa no território gaúcho.

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