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Enorme quantidade de fumaça cobre milhares de quilômetros quadrados na região amazônica com os efeitos sendo sentidos principalmente nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia. As capitais Manaus e Porto Velho foram tomadas pela fumaça nesta semana.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que somente nos primeiros 14 dias de agosto foram identificados por satélites 14388 focos de calor na Amazônia brasileira. O número supera a metade da média histórica mensal de 26218 focos de calor no bioma.

O número de queimadas tem sido muito alto nos últimos dias. Somente nesta semana os satélites usados pelo Inpe identificaram na Amazônia 788 focos de calor no domingo, 1199 na segunda, 1368 na terça e 1476 ontem.

Só nos primeiros 14 dias de agosto o número de focos de calor no estado do Amazonas chegou a 4548, número acima da média histórica de agosto inteiro de 3606. Houve dias neste mês com 500 a 600 focos em apenas um dia no Amazonas.

As queimadas nos últimos dias aumentaram muito ainda em Rondônia. Apenas no dia 14, o estado da Região Norte anotou 454 focos de calor observados por satélites, o mais alto número diário até agora neste mês.

Como consequência da densa fumaça, três voos que tinham como destino a capital de Rondônia foram desviados para outros estados e outros quatro que sairiam da cidade foram cancelados na madrugada desta quinta-feira.

Conforme dados de boletins meteorológicos METAR do Aeroporto de Porto Velho, a visibilidade horizontal em alguns momentos entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira caiu a apenas 300 metros.

Em nota à imprensa, o aeroporto de Porto Velho informou que “devido a condições climáticas (fumaça) os voos precisaram ser reprogramados e que os passageiros precisam buscar as respectivas companhias para buscar mais orientações”.

Medição publicada no sistema IQAir indicou que o índice de qualidade do ar nesta quinta em Porto Velho numa estação se aproximou de 800 µg/m³ no índice PM2.5, valor que está nos piores níveis de poluição de Pequim e Nova Deli e considerado perigoso para a saúde humana.

Já em Manaus, a quinta-feira marcou uma melhora da qualidade do ar. O vento virou e contribuiu para dissipar a fumaça que por dias cobria a capital do Amazonia, trazendo condições atmosféricas insalubres aos seus moradores.

As queimadas no Sul do Amazonas são apontadas pela Defesa Civil como causa da péssima condição de ar na capital. A fumaça tomou conta da Manaus ainda no sábado passadio e persistiu até a tarde de ontem.

Densa fumaça cobriu Manaus nos últimos dias | SUAMY BEYDOUN/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Fumaça na ponte sobre o Rio Negro | SUAMY BEYDOUN/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Fumaça pelo excesso de queimadas na Amazônia deixou qualidade do ar insalubre em Manaus por vários dias seguidos | SUAMY BEYDOUN/AGIF/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A tendência é de a situação seguir crítica pela qualidade do ar perigosamente ruim em muitas áreas do Amazonas, Acre e Rondônia nos próximos dias, sendo recomendável o uso de máscaras pela população.

Uma intensa onda de calor que terá maior impacto no Centro-Oeste e no Norte do Brasil vai colaborar para que o número de queimadas, a maioria esmagadora proposital ou criminosa, não apenas siga extremamente alto como aumente ainda mais em algumas áreas.

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