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A fotografia icônica conhecido “Pálido Ponto Azul” (Pale Blue Dot) completa nesta sexta-feira 35 anos. A imagem foi feita pela sonda Voyager 1 da NASA em 14 de fevereiro de 1990, a seis bilhões de quilômetros da Terra. A imagem mostra o nosso planeta como um pequeno ponto no meio de um raio solar.

NASA

A Voyager 1 foi lançada em 1977 para explorar o Sistema Solar e, após sua missão principal, recebeu comandos para registrar uma última imagem da Terra. A ideia partiu do astrônomo Carl Sagan, que argumentou que a foto traria uma nova perspectiva sobre a posição da humanidade no cosmos.

A execução da foto enfrentou desafios, pois havia o receio de que a proximidade do Sol pudesse danificar as câmeras da Voyager 1. Em 1989, a NASA retomou o projeto e, após ajustes, a imagem foi capturada, exigindo cálculos precisos e um longo tempo de transmissão para a Terra.

A fotografia foi combinada com outras imagens da Voyager 1 e recebeu o nome de “Pálido Ponto Azul”, destacando a fragilidade do planeta no vasto espaço. Em 2020, a NASA publicou uma versão aprimorada da imagem, celebrando seus 30 anos com tecnologia moderna para ajuste de brilho e nitidez.

Carl Sagan apresentou a imagem ao público em 1994 e compartilhou sua reflexão sobre o significado do pequeno ponto azul no cosmos:

“Olhem de novo esse ponto. É aqui, é a nossa casa, somos nós. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um sobre quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram as suas vidas. O conjunto da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas confiantes, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada professor de ética, cada político corrupto, cada “superestrela”, cada “líder supremo”, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali – em um grão de pó suspenso num raio de sol.

A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, pudessem ser senhores momentâneos de uma fração de um ponto. Pense nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores de um canto deste pixel aos praticamente indistinguíveis moradores de algum outro canto, quão frequentes seus desentendimentos, quão ávidos de matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.

As nossas posturas, a nossa suposta auto importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são desafiadas por este pontinho de luz pálida. O nosso planeta é um grão solitário na imensa escuridão cósmica que nos cerca. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de outro lugar para nos salvar de nós próprios”.

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