O final deste mês de outubro e o começo de novembro prometem ser bastante “agitados” no tempo não apenas no Brasil como em outras áreas da América do Sul por uma onda transiente global que impacta muito o tempo em sua passagem por cada área do planeta. Na América do Sul, favorecerá ciclones, um aumento da chuva no Brasil e o ingresso de uma massa de ar frio de forte intensidade para o mês de novembro.

Modelo indicam que neste fim de outubro e no começo de novembro haverá a passagem pela América do Sul do que se denominada de CCKW (Convection-Coupled Kelvin Wave) ou uma onda Kelvin com convecção acoplada. Isso associado à passagem pelas longitudes da América do Sul da chamada Oscilação de Madden-Julian (OMJ), uma área com maior instabilidade atmosférica que circunda o mundo pelos trópicos a cada 30 a 60 dias.

Por isso, espera-se um aumento da chuva em diversas regiões do Brasil entre este fim de outubro e novembro com muita chuva nos estados do Norte, do Centro-Oeste (especialmente Mato Grosso e Goiás) e do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo).

Os efeitos também serão sentidos no Sul do Brasil com aumento da precipitação neste fim de outubro, especialmente no Oeste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná.

Uma poderosa frente fria vai se formar na Argentina neste fim de semana e deve trazer chuva e temporais no Sul e no Centro-Oeste do Brasil, além de parte do Sudeste.

Este sistema vai avançar pelo interior do continente, o que não é mais comum nesta época do ano, e chegará a estados como Mato Grosso e Rondônia.

Outro efeito tradicional da passagem da OMJ pelas fases 1 e 8, que compreende as latitudes da América do Sul, é o favorecimento da atividade ciclogenética, ou seja, de formação de ciclones.

É o que explica os dados estarem indicando a formacao de um subtropical na costa do Sudeste do Brasil neste fim de semana, um ciclone extratropical na foz do Prata ou a Leste de Buenos Aires no começo da semana e um segundo ciclone no Leste da Argentina mais tarde na próxima semana.

Este último ciclone deve impulsionar uma massa de ar seco e frio no final de outubro e no começo de novembro que deve trazer temperatura muito abaixo da média e chance de geada em áreas de maior altitude. Será uma longa sequencia de dias com noites frias e tardes agradáveis, o que não é tão comum de se ver nesta altura da primavera, quando os episódios de frio são de muito curta duração.