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Fevereiro começa com o fenômeno La Niña em processo de enfraquecimento no Oceano Pacífico Equatorial. O pico de intensidade do atual evento da La Niña foi alcançado em dezembro e nos primeiros dias de janeiro, mas, desde então, o resfriamento das águas na faixa equatorial do oceano perdeu força. Ocorreu o que tradicionalmente se dá tanto com a La Niña como com o El Niño que é o máximo de intensidade do evento se verificando, na maioria dos episódios, ao redor da virada do ano.

Conforme o último boletim semanal da NOAA, a agência climática do governo dos Estados Unidos, a anomalia da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central foi de -0,7ºC, assim na faixa que se considerada de fraca intensidade (-0,5ºC a -0,9ºC). Esta é a região usada para se definir a atuação de El Niño ou La Niña e sua força. No pico de intensidade no evento em curso, a anomalia chegou a -1,1ºC.

Já a anomalia medida no Pacífico Equatorial Leste, a chamada região Niño 1+2, foi de -0,5ºC na última atualização semanal. É exatamente o valor que limita (borderline) neutralidade e La Niña. Esta região mais a Leste do Pacífico, em várias análises de correlação, mostrou ter grande impacto na chuva do Rio Grande do Sul. No auge deste evento de La Niña, a anomalia no Pacífico Leste, perto das costas do Peru e do Equador, chegou a -1,7ºC na segunda semana de dezembro.

A MetSul acautela que é um erro se fazer uma relação linear entre intensidade de La Niña e severidade de estiagem no Rio Grande do Sul, portanto o enfraquecimento do fenômeno em curso não significa que a estiagem vai acabar. Ao contrário, a chuva deve seguir muito irregular no Estado. Precipitação pode trazer até alívio em algumas áreas agora em fevereiro, especialmente na Metade Norte, mas o quadro está longe de se normalizar.

De acordo com os modelos de clima, o fenômeno La Niña chegaria ao fim em meados do outono. A NOAA projeta 67% de probabilidade de o fenômeno seguir no outono (março a maio), seguindo-se a transição para neutralidade (51% de probabilidade de abril a junho). Com isso, muitas cidades devem se ressentir de chuva mais abundante até a próxima estação e as consequências da estiagem ainda serão sentidas por longo período.