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O conhecido fenômeno El Niño se apresenta em duas formas com o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Há o chamado El Niño de Pacífico Central (CP), em que as águas mais quentes se concentram no Pacífico Central, dentro da chamada região Niño 3.4. E há o El Niño de Pacífico Leste (EP), também chamado de El Niño clássico ou canônico, em que o aquecimento maior concentra-se em áreas do Pacífico Equatorial mais próximas dos litorais do Peru e do Equador, dentro do que se denomina de região Niño 1+2.

As conseqüências de um e outro no clima global variam e os episódios de El Niño de Pacífico Leste costumam ter maior impacto. São os que costumam ter mais influência no aumento da chuva aqui no Rio Grande do Sul e no Sul do Brasil.

Agora, um estudo publicado na revista Nature do começo deste mês mostra, pela análise da temperatura do Pacífico nos últimos quatro séculos a partir de análises de corais, que a frequência de El Niño de Pacífico Central, como o que está em curso neste momento, aumentou muito nos últimos 20 a 30 anos.

Tal comportamento pode estar associado às mudanças climáticas. A mesma pesquisa apontou que, a despeito de menos freqüentes, os eventos de El Niño clássicos de Pacífico Leste, se tornaram mais intensos nas últimas décadas, casos dos eventos de 1982/1983, 1997/1998 e 2015/2016.