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Imagens de satélite por meio de sensoriamento remoto e trabalham de campo mostram a extensão das inundações nas cidades mais castigadas pela enchente catastrófica do começo deste mês no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. Pesquisadores mapearam as cidades e obtiveram um retrato do alcance da enchente.

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade do Vale do Taquari (Univates) desenvolveram as estimativas preliminares das áreas urbanas que foram inundadas durante a cheia do Rio Taquari-Antas, ocorrida entre 4 e 5 setembro de 2023.

Preliminarmente, os técnicos mapearam as cidades de Santa Tereza, Muçum, Encantado, Roca Sales, Lajeado e Estrela. Em nota técnica publicada pelo grupo de pesquisa de Hidrologia de Grande Escala (HGE) da UFRGS e por docentes da Área de Ciências Exatas e Engenharias (CEE) da Univates foi apresentado o mapeamento de áreas urbanas inundadas durante a cheia do Rio Taquari-Antas via sensoriamento remoto.

O mapeamento das áreas de inundação foi desenvolvido após a realização de atividades de reconhecimento em campo em parte das áreas afetadas, na interpretação visual por especialistas em hidrologia em imagens de satélite de alta resolução e informações topográficas e modelos digitais de elevação.

Os pesquisadores informam que, em se tratando de um mapeamento preliminar, há um determinado nível de incerteza na localização dos limites das áreas impactadas, que podem ser da ordem de centenas de metros. Sendo assim, esta estimativa das áreas inundadas é adequada para avaliações regionais e da área total impactada, não sendo adequada e não sendo recomendável o uso das informações disponibilizadas para estudos na escala de lotes.

O grupo recomenda que a estimativa seja validada e revisada com base em estudos mais detalhados utilizando medições em campo. Esta é uma estimativa da área inundada do evento específico de 4 e 5 de setembro de 2023, não sendo associado a um grau específico de risco, probabilidade de ocorrência ou tempo de retorno.

Estimativa preliminar da área inundada em Roca Sales-RS na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Imagem de satélite de alta resolução Planet Scope de 06/09/2023. | IPH/UFRGS/UNIVATES

Estimativa preliminar da área inundada em Encantado-RS na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Imagem de satélite de alta resolução Planet Scope de 06/09/2023. | IPH/UFRGS/UNIVATES

– Estimativa preliminar da área inundada em Santa Tereza-RS na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Imagem de satélite de alta resolução Planet Scope de 06/09/2023. | IPH/UFRGS/UNIVATES

Estimativa preliminar da área inundada em Muçum-RS na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Imagem de satélite de alta resolução Planet Scope de 06/09/2023. | IPH/UFRGS/UNIVATES

Estimativa preliminar da área inundada em Lajeado e Estrela na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Área delimitada utilizando modelo digital de terreno (MDT) local, HAND (14 m) e levantamento de campo. | IPH/UFRGS/UNIVATES

Estimativa preliminar da área inundada em Roca Sales na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Perímetro da área inundada e descritor do terreno HAND (tons de azul, de 0 a 18 metros) indicando regiões mais baixas próximas ao rio. | IPH/UFRGS/UNIVATES

Estimativa preliminar da área inundada em Muçum-RS na cheia do rio Taquari-Antas de 4 e 5 de setembro de 2023. Perímetro da área inundada e descritor do terreno HAND (tons de azul, de 0 a 17 metros) indicando regiões mais baixas próximas ao rio. | IPH/UFRGS/UNIVATES

O Vale do Taquari é uma área baixa da bacia hidrográfica do Taquari-Antas. Só a área de drenagem do rio Taquari tem cerca de 22,4 mil quilômetros quadrados, nos quais pode chover. A água dessa chuva converge, naturalmente, para um mesmo ponto – o rio Taquari.

Em termos de estatística, os registros históricos indicam que a região enfrentou uma inundação a cada 1,5 anos nas últimas sete décadas. A do começo do mês foi a maior desde a grande enchente de 1941 na régua de Estrela com 29,62 metros enquanto em 1941 o nível atingiu 29,92 metros.

Conforme análise da MetSul, a chuva extrema que atingiu o estado no começo do mês inicialmente foi consequência de ar quente e úmido sobre o Rio Grande do Sul. Ganhou muita força com uma área de baixa pressão que estava sobre o estado e na sequência pelo deslocamento de uma frente fria. Nenhum ciclone estava sobre o Rio Grande do Sul no momento em que ocorreram as precipitações extremas, ao contrário do noticiário prevalente na mídia.