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Pontos da Metade Norte do Rio Grande do Sul registraram neste domingo (24) queda de chuva congelada. O fenômeno foi observados em municípios mais ao Norte do estado como Palmeira das Missões, no Noroeste, e Soledade, no Planalto Médio.

Chuva congelada caiu em Palmeira das Missões | TRIBUNA DE PALMEIRA/DIVULGAÇÃO

A ocorrência de precipitação invernal se deu pela presença de uma massa de ar frio que está sobre o Rio Grande do Sul e a influência ainda de uma frente fria que traz muitas nuvens e instabilidade no Norte gaúcho.

Estações do Instituto Nacional de Meteorologia registravam às 15h deste domingo, no meio da tarde, temperaturas de 2,9ºC em São José dos Ausentes; 4,5ºC em Cambará do Sul; 6,3ºC em Lagoa Vermelha; 6,4ºC em Vacaria; 6,5ºC em Erechim; 8,1ºC em Passo Fundo; 8,7ºC em Soledade; e 8,8ºC em Palmeira das Missões.

Mais cedo, na madrugada e no amanhecer deste domingo, estações meteorológicas automáticas indicaram temperaturas mínimas negativas no Sul do estado sob tempo mais aberto. Casos dos municípios de Herval (-1,2ºC), Livramento (-0,7ºC) e em Pedras Altas (-0,2ºC),

Com as mínimas abaixo de zero deste domingo, o Rio Grande do Sul já soma no ano 51 dias com mínimas negativas. Foram 3 dias em abril, 6 em maio, 17 dias em junho, 16 dias em julho e 9 dias até agora neste agosto.

A massa de ar frio no Rio Grande do Sul está longe de ser a mais forte deste ano. A incursão de ar frio avançou do Pacífico e no Chile trouxe o maior frio de 2025 na parte central do país a ponto de Santiago do Chile ter tido a maior neve desde 2017 entre quinta e sexta.

A chuva congelada (em inglês sleet) é um tipo de precipitação invernal congelada que consiste em pequenas pelotas translúcidas de gelo. Ele se forma quando os flocos de neve começam sua trajetória em uma camada fria da atmosfera, mas atravessam uma faixa de ar mais quente durante a descida.

Nessa camada intermediária mais quente da atmosfera, a neve em flocos derrete parcialmente e se transforma em gotas de chuva, em precipitação líquida.

No entanto, antes de alcançar o solo, a precipitação entra novamente em uma camada de ar com temperatura abaixo de zero. Essa camada fria é espessa o suficiente para recongelar as gotas em minúsculas pelotas de gelo antes que cheguem à superfície.

Diferentemente do granizo, que se forma dentro de fortes tempestades por meio de ciclos repetidos de congelamento e crescimento, o sleet é muito menor, mais uniforme em tamanho e associado a sistemas de tempo invernal, e não a tempestades convectivas.

As pelotas de gelo geralmente quicam ao atingir o solo e podem se acumular em uma fina camada crocante que lembra grãos de areia grossa ou pequenas esferas de vidro.

METSUL

O sleet também se distingue da chuva congelante, embora ambos possam ocorrer juntos. Na chuva congelante, as gotas permanecem líquidas até atingirem o solo, onde congelam instantaneamente em contato com superfícies frias, formando uma película de gelo. Já no caso da chuva congelada, a precipitação já está sólida antes de chegar ao chão, de modo que não reveste superfícies, mas ainda pode deixar ruas e calçadas perigosamente escorregadias.

Esse fenômeno é comum em regiões de latitudes médias, onde inversões térmicas são frequentes durante tempestades de inverno. É o caso do Sul do Brasil, onde massas de ar frio atuam com menor intensidade que mais ao Sul do continente.

A chuva congelada deste domingo ocorre em um dia 24 de agosto que na memória do clima do Rio Grande do Sul recorda o dia no ano de 1984 em que a neve caiu em Porto Alegre durante a tarde e em vários municípios do estado.

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