O furacão Erin alcançou neste sábado (16) a categoria 5 na escala Saffir-Simpson, transformando-se em um furacão monstro e histórico no Atlântico. Os ventos sustentados chegaram a 260 km/h, o que o coloca no patamar mais extremo da classificação.
NOAA
A intensificação foi considerada explosiva. Em apenas 30 horas, Erin passou de tempestade tropical a um furacão de categoria 5. Entre a madrugada e a manhã deste sábado, saltou de categoria 3 para 5 em menos de seis horas.
A rapidez desse processo surpreendeu até meteorologistas experientes. Segundo o especialista Phil Klotzbach, apenas outros cinco furacões haviam atingido ventos de pelo menos 230 km/h antes de 16 de agosto desde 1970. Erin agora integra esse grupo raríssimo.
O centro do furacão avança pelo Atlântico norte, ao norte das Ilhas de Barlavento, e permanece a pouco mais de 300 quilômetros de Porto Rico. Apesar de não haver previsão de impacto direto nas ilhas maiores do Caribe, os efeitos já se fazem sentir.
O Centro Nacional de Furacões (NHC) alerta para chuvas entre 50 e 100 milímetros até domingo, com pontos isolados podendo chegar a 150 milímetros. O risco de enchentes repentinas, deslizamentos de terra e fluxos de lama é considerado elevado.
No arquipélago de São Martinho, rajadas de até 55 km/h já foram registradas. As ilhas vizinhas também devem sentir ventos fortes, chuvas torrenciais e mar extremamente agitado ao longo do fim de semana.
A ameaça mais ampla vem do oceano. Ondas grandes e correntes de retorno perigosas já atingem o Caribe e devem se expandir para as Bahamas, Bermudas e toda a costa leste dos Estados Unidos nos próximos dias.
Segundo o NHC, a partir de segunda-feira Erin dobrará ou até triplicará de tamanho. Isso ampliará ainda mais o campo de ventos e gerará um período prolongado de ressaca e risco de afogamentos entre a Flórida e Massachusetts.
Embora a probabilidade de Erin tocar terra no território continental norte-americano seja baixa neste momento, os meteorologistas pedem atenção. O trajeto previsto leva o furacão a passar entre Bermudas e a costa dos EUA, antes de virar para o nordeste.
As Bermudas precisam acompanhar de perto a evolução da rota. A trajetória pode colocar o centro do sistema a curta distância do arquipélago no meio da próxima semana. O impacto em áreas do Atlântico do Norte, como Terra Nova, no Canadá, também não está descartado.
O surgimento de Erin confirma as previsões da NOAA de uma temporada de furacões acima da média. Até agora, quatro tempestades tropicais — Andrea, Barry, Chantal e Dexter — haviam se formado em 2025, mas nenhuma alcançara força de furacão.
A expectativa climática indicava que o primeiro furacão de categoria 3 ou mais só surgiria em torno de 1º de setembro. Erin rompeu essa estatística ao atingir a força máxima ainda em meados de agosto.
A história de Erin começou com o distúrbio tropical batizado de Invest 97L, que se deslocou a partir das ilhas de Cabo Verde. Mesmo antes de receber nome oficial, a perturbação já havia causado fortes chuvas, inundações e mortes em Cabo Verde.
NHC
Designado como tempestade tropical na última segunda-feira, Erin ganhou rapidamente um núcleo organizado. As águas quentes do Atlântico e a baixa presença de ventos de cisalhamento criaram as condições perfeitas para a intensificação explosiva.
Neste sábado, os aviões caçadores de furacões da NOAA confirmaram ventos sustentados de 260 km/h. Essa marca não apenas consolidou Erin como categoria 5, mas também o colocou na lista dos furacões mais intensos já registrados em agosto.
O NHC prevê que a intensificação continue por pelo menos mais 12 horas, enquanto o sistema permanece em ambiente favorável. Depois disso, um enfraquecimento gradual deve ocorrer com a mudança de trajetória rumo ao norte.
Ainda assim, a população do Caribe precisa manter o alerta. Bandas de chuva intensa devem persistir, trazendo alagamentos em áreas urbanas e risco de deslizamentos em terrenos íngremes. O mar revolto representará perigo adicional para embarcações.
A combinação de recordes meteorológicos de intensidade e rápida intensificação faz com que Erin já seja visto como um furacão histórico. A memória recente mais próxima de um furacão categoria 5 em agosto é o furacão Dean, de 2007.
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