Temporal muito forte com chuva torrencial e em alguns pontos extrema atingiu nesta sexta-feira à tarde a cidade de São Paulos. Os acumulados de precipitação foram altíssimos em curto intervalo em alguns bairros da capital paulista, o que explica as inundações repentinas observadas.

Chuva extrema atingiu à tarde a cidade de São Paulo com alagamentos, falta de luz e caos em estações de trens e do metrô | SUAMY BEYDOUN/AGIF/AFP/METSUL METEOROLOGIA
A estação do Instituto Nacional de Meteorologia situada no Mirante de Santana, na zona Norte da capital paulista, registrou 121,8 mm em apenas duas horas, sendo 82 mm entre 15h e 16hh mais 39,8 mm entre 16h e 17h. Na sequência, a estação seguiu reportando chuva, mas com volumes baixos de 2 mm ou menos por hora.
Para se ter ideia do que representam 121,8 mm, são cerca de 122 litros de água por metro quadrado que se precipitaram em apenas duas horas, o que pode ser considerado uma precipitação extrema.
No contexto da climatologia histórica, janeiro é o mês do ano com maior média de chuva com precipitação de 291,1 mm. Ou seja, em tão-somente duas horas choveu no Mirante 41,7% da média histórica de precipitação do mês inteiro de janeiro que, se repete, tem a maior média entre todos de chuva.
Uma definição comum na literatura de precipitação extrema é a que excede 95º percentil da distribuição de frequência cumulativa da precipitação diária, o que foi superado nesta sexta-feira na cidade de São Paulo.
Na rede do Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura paulistana, os dados das estações indicaram entre 15h30 e 17h30 volumes de 104,4 mm em Vila Maria/Vila Guilherme – Vila Medeiros; 90,0 mm em Pinheiros – Vila Madalena; 83,2 mm em Santana – Carandirú; 65,4 mm em Itaim Paulista – Vila Curuça; 62,8 mm no Butantã – USP; 58,8 mm em São Miguel Paulista – Vila Jacu; 55,6 mm na Mooca – Belém; e 45,8 mm na Penha – Rincão.
Por que o temporal? A capital paulista enfrenta dias de forte calor. Hoje, foi mais um dia. A temperatura máxima na estação do Mirante de Santana, na zona Norte da cidade, chegou nesta sexta-feira a 32,6ºC.
Com elevados valores de água precipitável na atmosfera aquecida e o ingresso de umidade vinda da costa para a Serra do Mar pela brisa marítima, a combinação de calor e umidade gerou de forma explosiva durante a tarde nuvens muito carregadas que avançaram de Norte para Sul em direção à capital, despejando chuva intensa.
Alerta: chuva forte será frequente em São Paulo neste fim de janeiro
Estes temporais comuns no verão se dão principalmente da tarde para a noite, quando se formam nuvens de grande desenvolvimento vertical pelo aquecimento diurno que gera movimentos convectivos (ar ascendente) na atmosfera. A convecção forma nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) que causam os temporais localizados e não raro muitíssimo isolados.
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