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As Américas vão testemunhar neste sábado um espetáculo celestial com um eclipse solar anular. O fenômeno poderá ser visto no Brasil, com a chamada anularidade passando por estados do Norte e do Nordeste do Brasil, os melhores pontos de observação do eclipse em território nacional.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, os eclipses do Sol ocorrem quando a Lua em sua fase nova se coloca entre o Sol e a Terra, projetando sua sombra e/ou penumbra na superfície terrestre. O Sol é uma fonte luminosa extensa. Tanto a Lua como a Terra projetam no espaço uma sombra em forma de um cone ou umbra, cuja base é o próprio corpo, e também uma penumbra envolvendo a umbra.

Por pura coincidência, o tamanho angular da Lua, de aproximadamente meio grau, é semelhante ao tamanho angular do Sol. Desse modo, os dois parecem iguais em tamanho, porém não o são. O Sol está aproximadamente 400 vezes mais distante da Terra do que a Lua, sendo cerca de 400 vezes maior em diâmetro físico.

Os eclipses do Sol são totais ou parciais. Um eclipse solar total acontece quando a umbra da Lua se projeta sobre a superfície terrestre (junto com sua penumbra). Um eclipse solar parcial ocorre quando o Sol é parcialmente encoberto pela Lua (havendo somente a projeção da penumbra lunar sobre a Terra).

Um tipo especial de eclipse parcial do Sol é o eclipse solar anular, que acontece devido a um maior distanciamento da Lua à Terra, em função da órbita da Lua ser uma elipse e não uma circunferência.

Neste tipo de eclipse, os três astros se encontram bem alinhados na ocasião da fase nova da Lua, mas o Sol não fica totalmente encoberto pela Lua, restando apenas um anel visível do disco solar. É visto com um eclipse solar anular apenas da faixa mais central da penumbra, sendo ainda observado como eclipse solar parcial de locais ao norte e ao sul desta faixa.

LAURENT LAVEDER/BIOSPHOTO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A duração da etapa umbral de um eclipse do Sol (totalidade ou quase totalidade num eclipse anular), a partir de um único ponto terrestre, é de poucos minutos. Já a duração completa de um eclipse solar, incluindo as etapas penumbral (parcialidade) e umbral, fica por volta de 2 horas.

Por que não há eclipses da Lua e do Sol em todos os meses, já que os eclipses lunares ocorrem na fase cheia da Lua e os solares na fase nova? Porque a trajetória da Terra ao redor do Sol que ocorre num plano (denominado de eclíptica) não se encontra no mesmo plano orbital da Lua.

Se as órbitas da Lua e da Terra ficassem num mesmo plano, todo mês haveria eclipses do Sol e da Lua. A inclinação entre os dois planos é de cerca de 5º. Os eclipses só acontecem quando a trajetória da Lua atravessa a Eclíptica na ocasião da fase nova ou fase cheia.

Daí vem a denominação ‘eclipse’. Ocorrem no mínimo 2 eclipses por ano, que são solares, e, no máximo, 7 eclipses por ano, 2 lunares e 5 solares, ou 3 lunares e 4 solares. A cada 18 anos aproximadamente, todos os eclipses acontecem com a mesma regularidade. Esse intervalo de tempo é denominado de Período de Saros, quando ocorrem 41 eclipses do Sol e 29 eclipses da Lua.

Hoje, o eclipse solar será anular, quando a Lua na fase nova se apresentará bem alinhada com o Sol e Terra. No instante médio do eclipse, a Lua estará cerca de 8.360 km mais distante em relação a sua distância média à Terra, apresentando um tamanho aparente de 30,5 segundos-de-arco (menor do que o disco do Sol com 32,1 segundos-de-arco neste dia), ou seja, não sendo possível encobrir por completo o Sol, explica o Inpe.

A penumbra da Lua percorrerá a América do Norte, América Central e América do Sul, nesta ordem. O máximo do eclipse será percebido a partir dos mares caribenhos da Costa Rica às 14h59min (horário de Brasília). No Brasil, a faixa central da penumbra passará em sequência pelos estados do Amazonas (Tefé e Nova Aripuanã), Pará (São Félix do Xingu e Parauabepas), Tocantins (Araguaína), Maranhão (Lajeado Novo, Fortaleza dos Nogueiras, São Raimundo das Mangabeiras e São João dos Patos), Piauí (Oeiras, Valença do Piauí, Picos e Fronteiras), Ceará (Juazeiro do Norte, Iguatu e Bom Jesus), Pernambuco (Araripina), Paraíba (Patos, Campina Grande e João Pessoa) e Rio Grande do Norte (Pau do Ferros, Apodi, Caicó, Assu, Natal e Parnamirim).

Entre as capitais destes estados, apenas Natal e João Pessoa terão visibilidade do aspecto anular do eclipse. Contudo, com o Sol bem próximo do horizonte oeste no momento do máximo do eclipse (poucos graus acima do horizonte astronômico).

Na Astronomia, “eclipsar” significa esconder, encobrir, ou interceptar a luz vinda de um astro. No Egito Antigo, os eclipses do Sol eram explicados como sendo ataques de uma serpente ao barco que transportava o Sol pelo céu. Pensavam que um imenso dragão estivesse engolindo o Sol durante um eclipse solar. Então, faziam muito barulho para assustar o dragão e o Sol sempre reaparecia. Nunca falhava!