Anúncios

Ressaca do mar muito forte hoje na costa gaúcha | GABRIEL GOMES

Uma grande ressaca do mar atinge o litoral brasileiro do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro nesta terça-feira com o oceano extremamente agitado e ondas que atingem até quatro metros nas praias, a ponto de o mar avançar sobre ruas e avenidas costeiras em algumas cidades.

No Rio Grande do Sul, a ressaca do mar cobre a faixa de areia nas praias do Litoral Norte gaúcho e no município de Capão da Canoa chegou a provocar danos menores junto ao calçadão da avenida Beira-Mar. Entre Tramandaí e Imbé, houve o fenômeno da pororoca no Rio Tramandaí, o que foi aproveitado pelos surfistas mesmo com o frio intenso.

A ressaca do mar atinge desde cedo também o litoral do estado de São Paulo com os principais efeitos sendo sentidos na região da Baixada Santista, onde o mar agitado afeta a navegação.

A navegação no canal do Porto de Santos foi suspensa na madrugada de hoje devido às condições do mar. A praticamente do Porto declarou a impraticabilidade da operação por conta das condições meteorológicas e as ondas que passam dos três metros.

O swell atingiu também o litoral do Rio de Janeiro. Devido à ressaca, a Avenida Delfim Moreira, sentido Ipanema, foi interditada na manhã desta terça-feira. O mar avançou sobre a orla. Equipes da CET-Rio e da Comlurb se encontram no local. Segundo o Centro de Operações do Rio (COR), a via também passou por limpeza no sentido Copacabana, e o Trânsito foi desviado para a Av. Visconde de Albuquerque.

Por que a forte ressaca na costa do Brasil? A explicação está em um ciclone extratropical no Atlântico Sul. Ele começou a se formar no domingo na costa da Argentina e passou a migrar para Leste, intensificando-se.

O ciclone atingiu sua intensidade máxima ontem no Atlântico Sul com pressão central ao redor de 975 hPa. A sua grande intensidade e extensão acabou por gerar uma pista enorme de vento sobre o oceano que gerou o swell (ondulação) com a forte ressaca atingindo os litorais do Sul e do Sudeste.

METSUL

Hoje, o ciclone extratropical continua a atuar no Atlântico Sul, porém sua pressão central é mais alta, logo indicando um sistema menos intenso do que ontem. O campo de baixa pressão, apesar disso, segue muito grande com bastante vento em alto mar.

DHN/MARINHA DO BRASIL

Chama atenção nas imagens de satélite desta terça-feira a grande presença de nuvens sobre o mar nas costas do Sul e do Sudeste enquanto no continente o tempo está aberto com céu claro na maioria das áreas. As nuvens acompanham o ar frio impulsionado pelo ciclone que avança sobre as águas mais quentes do mar, formando a nebulosidade capaz de gerar até chuva isolada sobre o oceano.

METSUL

A ressaca já era esperada. Com o ciclone, a MetSul havia advertido para o risco de forte ressaca nos litorais das regiões Sul e Sudeste do Brasil. A Marinha chegou a emitir avisos de ressaca para as duas regiões com ondas de até quatro metros.

Ciclones extratropicais ocorrem em qualquer época do ano no Atlântico Sul, contudo são mais frequentes nos meses frios do ano, principalmente entre meados do outono e o começo da primavera. Costumam acompanhar massas de ar frio e não raro causam forte ressaca na costa brasileira quando muito intensos e atuam nas latitudes médias.

A MetSul Meteorologia está nos canais do WhatsApp. Inscreva-se aqui para ter acesso ao canal no aplicativo de mensagens e receber as previsões, alertas e informações sobre o que de mais importante ocorre no tempo e clima do Brasil e no mundo, com dados e informações exclusivos do nosso time de meteorologistas.