O Rio Grande do Sul está sob influência de um ciclone extratropical nesta terça-feira (14) que traz vento forte no Sul e no Leste do Estado, além da circulação de nuvens e precipitação em algumas regiões, uma vez que o vórtice do sistema (rosca na imagem de satélite) está sobre o Uruguai e o território gaúcho.

É o terceiro ciclone extratropical em menos de 15 dias a afetar o Rio Grande do Sul. O primeiro no começo do mês, o segundo na semana passada e esse terceiro agora quase na metade de abril. 

2/4/2020

8/4/2020

14/4/2020

É normal termos três ciclones extratropicais em apenas duas semanas?? Primeiro, importante enfatizar que ciclones são um fenômeno comum em nossas latitudes, especialmente em meses de outono, inverno e primavera, mas às vezes ocorrem no verão, como se viu no Carnaval deste ano. 

Acompanham massas de ar frio e, nos meses mais frios, sob uma uma incursão de ar polar de maior intensidade, tendem a favorecer a ocorrência de neve pois propiciam a umidade que combinada com o ar gelado favorece o fenômeno.

Ciclones extratropicais são comuns e muito frequentes ao redor da Antártida, nas latitudes altas, onde existe um cinturão de baixas pressões ao redor do continente gelado. 

No caso da nossa região, nas latitudes médias, três ciclones extratropicais em sequência en tão curto perto período não é algo que se veja com frequência.   Não é algo para se assustar e algumas vezes ocorre, considerando os gradientes de pressão e temperatura na América do Sul.

Outro fator é a Oscilação de Madden-Julian, uma área de maior instabilidade que circunda o mundo a cada 30 a 60 dias. A OMJ favorece atividade ciclogenética, ou seja, a formação de ciclones, e nesta primeira metade de abril tivemos a passagem da oscilação pelas longitudes da América do Sul.

Se as projeções de longo prazo da OMJ estiverem corretas, o próximo período favorável a ciclogênese será a segunda quinzena de maio.