Nada menos que um desastre no campo é o que vive a Argentina. A grave seca segue a dizimar plantações de soja e milho no período de maior demanda hídrica. A estimativa da Bolsa de Cereais de Buenos Aires para a safra de soja argentina deste ano que era de 50 milhões de toneladas na semana passada foi reduzida para 47 milhões no relatório da quinta-feira. Inicialmente, a projeção para a safra argentina de soja, antes da seca, era de 54 milhões de toneladas.

A MetSul Meteorologia continua a acreditar que os números serão revisados ainda mais para baixo até atingir uma marca entre 40 e 45 milhões. Isso porque a seca prosseguirá sem perspectiva alguma de chuva volumosa ou freqüente no final deste mês e na primeira metade de março. Lavouras em mau estado vão evoluir à quebra quase total e aquelas em nível regular tendem a ir para mau estado. Há análises sugerindo que o PIB da Argentina possa ser reduzido em 0,5% devido à grave seca. A estiagem severa mexe com as cotações de grãos e o preço da soja subiu no mercado com perspectiva de menor oferta argentina.

Não apenas os grãos sofrem com a falta de chuva regular e volumosa. No Uruguai, onde também o quadro é de seca em várias regiões do país, o gado morre de sede no camp). Sangas e açudes secaram e os animais não encontram água. A situação das pastagens também é muito ruim. Produtores pressionam pela decretação de emergência agropecuária, o que o governo de Montevidéu resiste em adotar até o momento.