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Paulette quando era um furacão na semana passada (NOAA)

A expressão “ciclone bomba” que chegou aos ouvidos de muitos brasileiros pela primeira vez neste ano é muito antiga e usada com frequência nos Estados Unidos. Não é meramente uma expressão. É uma designação técnica. Tanto que consta no glossário oficial da Sociedade de Meteorologia dos Estados Unidos (AMS), uma referência para os profissionais da área. Designa um ciclone extratropical de rápido aprofundamento em que a pressão atmosférica central cai ao menos 24 hPa em um intervalo de 24 horas. Foi o que tivemos perto da costa Sudeste do Rio Grande do Sul entre os dias 30 de junho 1 de julho deste ano, com muitos estragos e doze mortos no Sul do Brasil.

O que não está no glossário, não é termo técnico, é “ciclone zumbi”. Trata-se de uma, vamos dizer assim, licença poética dos meteorologistas para designar um ciclone que estava em dissipação (“morrendo”) e de repente volta a se intensificar e “ganhar vida”. Foi o que ocorreu nas últimas horas com Paulette, um ciclone tropical no Atlântico que estava em vias de dissipar após ser rebaixado à categoria de depressão tropical e voltou a se intensificar, reassumindo o status de tempestade tropical.

O fato de Paulette ter “ressuscitado” hoje no Atlântico fez o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS), da NOAA, utilizar a expressão “tempestade zumbi”. Escreveu o órgão oficial de Meteorologia norte-americano em sua conta no Twitter: “Porque é 2020, agora temos tempestades tropicais zumbis. Bem-vinda de volta à terra dos vivos, tempestade tropical Paulette”.

Atualização – O IPMA (Instituto Português do Mar e Atmosfera) informou que o centro do ciclone pós-tropical Paulette localizava-se a 345 quilômetros da ilha da Madeira. A tempestade tropical Paulette perdeu atividade desde o final da terça-feira, tendo sido antecipada a sua classificação para ciclone pós-tropical nesta quarta-feira.

A probabilidade do arquipélago da Madeira ser atingido com vento de intensidade de tempestade tropical, ou seja, vento superior a 63 km/h é inferior a 10%.  A previsão é de vento de até 30 km/h, temporariamente forte nas terras altas com rajadas até 80 km/h. Haverá aguaceiros que poderão ser localmente intensos e acompanhados de trovoada. As zonas marítimas da Madeira e Josephine serão afetadas.