Correntes de vento de Norte formaram nesta quarta-feira um corredor de fumaça a partir da região amazônica em direção ao Centro-Oeste do Brasil. A imagem foi registrada pelo satélite Sentinel 5, do Sistema Copernicus, com seu sensor de CO2. A imagem foi divulgada pela Adam Plataform. O corredor de fumaça atinge ainda a Bolívia e o Paraguai.

Embora o corredor de fumaça, o número de queimadas no bioma Amazônia neste mês não é alto se comparado à média histórica. Nos primeiros 16 dias do mês de agosto, os focos de calor identificados por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais no bioma Amazônia foram de 8432. A média mensal de focos de calor no período 1998-2021 é de 26.299.

No estado do Amazonas, entretanto, o número de focos de calor registrados por satélites e tabulado pelo Inpe está alto neste mês. Nos primeiros 18 dias de calor, o estado amazonense anotou 2403 focos de calor contra uma média mensal de 3341. Somente no dia 13 foram 700 focos de calor observados pelos satélites no Amazonas. Os satélites da NOAA já mostravam um aumento de aerossóis por queimadas nos últimos dias na região amazônica.

Em julho de 2022, o bioma Amazônia teve 5.373 focos de calor, número abaixo da média histórica de 6.213, mas acima dos 4.977 focos do ano passado no mês. No Pantanal, julho se encerrou com 294 focos de calor, número bastante abaixo da média histórica mensal de 460, o menor desde 2018.

O período mais crítico de fogo do ano está começando, mas com números de focos de calor muito inferiores a anos recentes nesta mesma data. Historicamente, o trimestre entre os meses de agosto e outubro registra o maior número de focos de calor no Brasil. As médias 1998-2021 são de 47.258 em agosto, 64.939 em setembro e 38.089 em outubro. Na Amazônia, a média de setembro é de 32.110 e o pior setembro da história se deu em 2007 com 73.141 focos de calor.