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Incêndios devastadores atingiram a Turquia no mês de agosto de 2021 durante potente onda de calor que atingiu a região do Mediterrâneo europeu com clima muito seco | YASIN AKGUL/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados globalmente “por uma margem clara”, divulgou hoje o serviço de monitoramento do clima da União Europeia. Análises preliminares apontaram que a temperatura global em 2021 ficou 1,2°C acima dos níveis pré-industriais. Em sua avaliação anual mais recente, o Copernicus Climate Change Service (C3S) confirmou que o ano de 2021 se juntou à sequência de calor ininterrupta desde 2015 – e alertou também sobre aumentos nas concentrações de metano na atmosfera.

A pesquisa do C3S chegou à conclusão de que o ano passado foi o quinto mais quente já registrado – ligeiramente mais quente do que 2015 e 2018. As medições remontam a meados do século 19.  O relatório apontou que diversos países ao redor do mundo foram atingidos por desastres climáticos relacionados ao aquecimento global nos últimos anos. Entre os exemplos citados estão incêndios florestais recordes na Austrália e na Sibéria, uma onda de calor devastadora na América do Norte e chuvas torrenciais que causaram enormes inundações na Ásia, África, nos EUA e na Europa.

O Sistema Copernicus também monitorou as concentrações atmosféricas dos gases de efeito estufa e concluiu que houve um aumento de dióxido de carbono e metano e afirmou não haver sinais de uma desaceleração. A concentração de metano apresentou uma alta “muito substancial” e alcançou um recorde anual de cerca de 1.876 partes por bilhão (ppb). As taxas de crescimento para 2020 e 2021 foram de 14,6 ppb e 16,3 ppb, respectivamente.


Os valores correspondem a mais do que o dobro da taxa média de crescimento anual observada nos 17 anos anteriores. No entanto, segundo o C3S, uma série de fontes naturais e antropogênicas tornou difícil identificar por qual razão houve um aumento tão acentuado nos últimos anos. O metano (CH4) é o gás mais responsável pelo aquecimento global depois do dióxido de carbono (CO2).

Embora tenha vida curta na atmosfera, o metano é muitas vezes mais potente do que o CO2. As fontes naturais de metano incluem as zonas úmidas do globo terrestre, enquanto as fontes induzidas pelos seres humanos são as extrações de gás natural e a produção de petróleo, mineração de carvão e aterros sanitários, bem como arrozais, pecuária e manuseio de estrume.

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