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Um novo cometa interestelar, batizado de 3I/ATLAS, está cruzando o Sistema Solar e despertando o interesse da comunidade científica mundial. No Brasil, embora não represente nenhuma ameaça e não seja visível para o público, ganhou muita atenção com uma série de publicações sensacionalistas por parte de portais de internet.

INTERNATIONAL GEMINY OBSERVATORY

Mesmo não sendo uma ameaça para a Terra, sua passagem servirá como um importante exercício de monitoramento para astrônomos e agências espaciais. O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar conhecido a atravessar nosso Sistema Solar.

Ele foi descoberto neste ano e deve continuar sua rota até deixar a vizinhança cósmica entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. Durante esse período, o International Asteroid Warning Network (IAWN) promoverá uma campanha global de observações.

O objetivo é aprimorar técnicas de rastreamento e medição de órbita de corpos que passam perto da Terra. Segundo o aviso publicado pelo Minor Planet Center, órgão da União Astronômica Internacional responsável por catalogar pequenos objetos espaciais, o projeto vai testar a capacidade dos observadores de obter astrometria precisa, ou seja, determinar com exatidão a posição e o movimento do cometa em relação às estrelas.

Embora o 3I/ATLAS não se aproxime de forma perigosa — ele chegará a cerca de 1,8 unidade astronômica do nosso planeta, distância equivalente a quase 270 milhões de quilômetros —, a passagem é considerada ideal para observações com telescópios de pequeno e médio porte.

Cometas apresentam desafios adicionais para os astrônomos. Suas caudas e atmosferas difusas (as chamadas comas) dificultam a estimativa de brilho e, consequentemente, o cálculo preciso da trajetória.

Por isso, cada nova oportunidade de observação ajuda a aperfeiçoar métodos que poderão ser essenciais no futuro, caso um objeto realmente ameaçador seja detectado.

A campanha do IAWN será também uma atividade de treinamento global, com oficinas e teleconferências entre novembro e o início de 2026. Cientistas amadores estão convidados a participar e podem se inscrever até 7 de novembro, o que reforça o caráter colaborativo do esforço internacional.

A rede IAWN foi criada com base em recomendações da Organização das Nações Unidas e do seu grupo consultivo sobre planejamento de missões espaciais. A meta é garantir uma resposta coordenada mundialmente a possíveis impactos de asteroides ou cometas com a Terra.

Mesmo durante a atual paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, a NASA mantém suas operações de observação de asteroides e cometas. Essas atividades são consideradas essenciais para a segurança planetária.

Após décadas de monitoramento contínuo, a agência afirma que não há qualquer ameaça iminente de impacto. Ainda assim, a busca segue constante — e o 3I/ATLAS surge como uma rara oportunidade de aprendizado sobre visitantes vindos de outros sistemas estelares.

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