Há exatos dois meses, em 3 de maio de 2024, Porto Alegre começava a inundar em sua maior enchente. O Guaíba subia rapidamente e com ferocidade, atingindo marcas que somente tinham sido vistas na grande enchente de 1941. As águas invadiam o Centro Histórico e vários bairros da cidade, especialmente da zona Norte.
Dois meses depois do começo do pico da maior de todas as enchentes da capital gaúcha, os sinais do desastre ainda são perceptíveis com lixos e destroços acumulados nas áreas que inundaram e estabelecimentos comerciais que permanecem com as suas portas fechadas.
Sessenta dias após, o Guaíba está longe dos mais de cinco metros que alcançou durante a primeira quinzena de maio, mas permanece muito alto e com o nível muito superior aos valores médios históricos de julho, efeito da chuva que caiu com altos acumulados em junho, apesar de muito inferiores aos do mês de maio.
Neste dia que marca os dois meses que Porto Alegre começou a inundar, o Guaíba estava no começo da manhã em 2,33 metros na régua eletrônica de medição do Cais Mauá, valor 17 cm abaixo da cota de alerta e 67 cm abaixo da cota de transbordamento no Centro Histórico.
O nível do Guaíba hoje, embora três metros abaixo do pico da enchente de maio, ainda está muito acima do normal, considerando que o nível médio histórico de julho é de 0,98 metro. Com a cota de hoje, o Guaíba segue sob cheia, condição que não prevaleceu só por poucos dias em meados de junho.
As marcas atuais acima de 2,30 metros significam que algumas áreas das ilhas de Porto Alegre seguem alagadas assim como alguns pontos mais ao extremo Sul da cidade que estão diretamente expostas ao Guaíba sem sistema de contenção de cheias.
A curva atualmente é de baixa do Guaíba, mas a tendência é seguir com o nível acima da média. Haverá chuva nos próximos dias nas bacias dos rios contribuintes e vários dias com vento do quadrante Sul, mantendo o nível alto, contudo sem qualquer previsão de um quadro de maior elevação que possa oferecer riscos maiores à cidade, exceto as áreas das ilhas.
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