O cometa ISON, que gera gigantesca expectativa em torno de sua aparição no final deste ano, já é visto no céu do Rio Grande do Sul. Na última madrugada, o colaborador da MetSul Meteorologia Leonardo Severi registrou a primeira foto que recebemos do cometa visto a partir aqui do Estado. Segundo Severi, observa-se na imagem uma extensa e estreita causa que pode ser tornar ainda mais brilhante nos próximos dias. O aficionado por Astronomia destacou ainda para a MetSul que, devido à poluição de luzes da cidade no Vale do Sinos, foi necessário se afastar da área urbana. Outra dificuldade é sua proximidade com o Sol, o que abre uma janela de tempo pequena para sua observação antes que a luz solar não permita mais fotografá-lo.


O cometa ISON (C/2012 S1) foi descoberto em 21 de setembro do ano passado por Vitali Nevski e Artyom Novichonok, na Rússia. A projeção é que ISON atingirá o seu periélio (maior aproximação do Sol) agora no dia 28 de novembro a uma distância de 0,012 UA ou 1.800.000 quilômetros do centro do Sol Essa distância fica muito próxima do limite critico onde um cometa pode ser desintegrado, o que criou uma enorme expectativa, já que poderia se tornar muito brilhante. A imprensa chegou a falar no “cometa do século” que poderia ser visto até durante o dia no céu no final deste ano, mas, na realidade, nem os maiores especialistas do mundo sabem ao certo o que ocorrerá. Vai o cometa sobreviver à aproximação do sol ou se desintegrará ? Dependendo, este final de ano poderá garantir um belo espetáculo no céu, sobretudo no Hemisfério Norte.


Nos últimos dias, o comenta ISON apresentou um incrível aumento de brilho (outburst), o que para alguns poderia ser o estágio final de um processo de desintegração. A causa, todavia, é incerta e os astrônomos monitoram dia a dia sua evolução. O que mais chama atenção é a cauda enorme, com mais de 16 milhões de quilômetros de extensão. É o que se vê nesta incrível foto (acima) do domingo (17) por Michael Jager, na Áustria. Por conta da grande quantidade de gás e poeira se desprendendo do núcleo do comenta, é impossível, segundo os especialistas, saber o que causou seu “outburst” em 13 e 14 de novembro. Uma possibilidade é gelo do núcleo sendo vaporizado. Outra indica que o núcleo se fragmentou por completo.  


Cometa ISON fotografado na sexta-feira (15) pelo astrônomo amador Mike Hankey em Auberry, Califórnia (EUA)

“Levará dias ainda para saber exatamente o que ocorreu”, diz Karl Battams, um astrônomo da NASA integrante do projeto de monitoramento do ISON. De acordo com o especialista, apenas quando ISON entrar no campo de observação do instrumento STEREO HI-1A em 21 de novembro será possível se ter uma ideia mais precisa do que ocorreu e sobre o destino do cometa.