O denominado “cometa do século”, tecnicamente identificado como C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, já começou a ser visto de diferentes partes do Brasil ao amanhecer no horizonte Leste. Os registros fotográficos do cometa já ocorrem em todo o país e, inclusive, aqui no Rio Grande do Sul.
O astrônomo Filipe Monteiro, do Observatório Nacional, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, explica o porquê do C/2023 A3 ser chamado de cometa do século.
“Isso é porque com base nos últimos cometas, dos últimos tempos, como o Hale-Bopp, o Halley, que foram considerados cometas do século, no caso do século passado, o cometa C/2023 A3 pode alcançar, atingir uma magnitude tão brilhante quanto estes cometas”.
Mas o especialista alerta que não é possível dar total certeza quanto ao brilho que o cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS vai atingir, apesar de toda a expectativa pelos especialistas e os aficionados por corpos celestes;
“Os cometas são difíceis de serem previstos com respeito à magnitude, quanto ao brilho que veremos nos céus, porque os cometas podem apresentar brilhos variados, conforme sua aproximação do Sol e quanto também ao seu afastamento”.
Já a astrônoma do Museu de Astronomia e Ciências Afins, Cristiane de Oliveira Costa, reforça a importância da passagem do cometa para os estudos de astrofísica. “O estudo de cometas no geral, nos auxilia a entender um pouco mais como foi a formação do nosso sistema solar”, diz.
“Algo muito importante para a gente é entender como a Terra tem essa quantidade de água, como foi esse processo. E existem estudos que apontam que os cometas podem nos auxiliar a entender essa quantidade de água na Terra”, destaca.
Uma dica para tentar enxergar o cometa é baixar e usar aplicativos de observação de estrelas para celular como o Star Walk 2 ou o Sky Tonight, já que permitem a identificação de diversos objetos astronômicos, além de cometas. Basta procurar pelo C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS na ferramenta de busca desses apps e apontar o celular para o céu perto do melhor horário de observação (que vai variar ao longo dos próximos dias).
De acordo com os astrônomos, até o dia 7 de outubro o cometa estará se aproximando do Sol e da Terra, o que faz com que ele apareça nas primeiras horas da manhã, no Leste, pouco antes do nascer do sol.
Já entre 7 e 11 de outubro, o cometa vai ficar muito perto do Sol no céu (na visão relativa daqui do nosso planeta), o que dificulta sua visualização, já que o brilho solar ofusca sua imagem. Após 12 de outubro, o cometa começa a se afastar novamente, e a posição no céu muda. Ele se torna visível logo após o pôr do sol, no Oeste, perto do horizonte, com novos horários e localizações.
Veja imagens feitas do “Cometa do Século” no Rio Grande do Sul hoje e nos últimos dias com registros do Litoral Norte gaúcho e de municípios do interior do estado a partir de colaboradores da MetSul Meteorologia.
Os especialistas em Astronomia destacam que pela sua maior aproximação com a Terra, perto 13 de outubro o cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS alcançará seu brilho máximo, potencialmente chegando a uma magnitude de 3,0 ou 2,0 (quanto menor o número, mais brilhante é o objeto).
Segundo o Observatório Nacional, ainda não é possível garantir que o “Cometa do Século” estará visível a olho nu, pois isso depende da intensidade do brilho. Neste caso, pode ser necessário usar binóculos ou telescópios para observá-lo.
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