O começo do inverno é de temperatura elevada, máximas perto ou acima de 30°C em diversas regiões gaúchas e marcas nos termômetros muito acima do que é normal para essa época do ano.
Sempre que a MetSul tem publicado em suas redes sociais notícias e previsões sobre calor neste começo de inverno gaúcho proliferam-se os comentários sobre a temperatura alta ser uma ótima notícia diante do coronavírus.
Será?
Os que sustentam que o frio é ruim devido às doenças respiratórias têm razão. Está comprovado que a temperatura baixa traz um aumento da incidência das enfermidades respiratórias todos os anos. Não é o caso, contudo, do coronavírus.
Não há evidências até o momento que temperatura alta impeça ou diminua a disseminação do vírus. Tomemos o caso dos Estados Unidos, onde o verão climático começou em 1° de junho e o astronômico no dia de ontem.
Pelo terceiro dia consecutivo, a Flórida e a Carolina do Sul quebraram ontem (20) seus recordes diários para novos casos, enquanto os níveis de infecção para Missouri e Nevada também atingiram novos máximos no sábado.
E na sexta-feira (19), os Estados Unidos registraram mais de 30.000 novos casos, o maior total desde 1º de maio, com casos aumentando em 19 estados no Sul, Oeste e Meio-Oeste.
A Flórida registrou 4.049 novos casos no sábado, quebrando o recorde de sexta-feira (3.822) e o recorde de quinta-feira (3.207). O estado já teve 93.797 casos e 3.144 mortes. A Carolina do Sul bateu seu recorde com 1.155 novos casos; Nevada tinha 452 e Missouri tinha 375. Outro estado populoso que registra um aumento significativo de casos é o Texas.
Em 1° de junho, a MetSul noticiou um novo estudo publicado pela revista Science e conduzido por cientistas da Universidade de Princeton (EUA) sobre como a nova epidemia pode se comportar diante das condições meteorológicas.
Os cientistas dizem no estudo que neste estágio inicial de rápida disseminação mundial do vírus de forma pandêmica o clima não deve ter impacto relevante, mas que quando o novo vírus passar a ser endêmico nos próximos anos as condições do clima terão influência maior. Ou seja, mesmo a chegada de verão não impediria a maior disseminação do vírus, como agora se vê nos Estados Unidos.